quinta-feira, 26 de junho de 2008

O cheiro do ralo


Os deputados Fabiano Pereira, presidente da CPI do Detran, e Raul Pont, seguem para o Rio de Janeiro nesta sexta-feira (27), onde participam de reunião com o presidente da Fenaseg - Federação Nacional das Empresas de Seguros Privados e de Capitalização - João Elisio de Campos. Os petistas vão buscar mais informações sobre os repasses da entidade para a autarquia gaúcha.

No dia 28 de maio, o Ministério Público do RS cumpriu mandado de busca e apreensão na sede da Fenaseg, recolhendo documentos, arquivos magnéticos e eletrônicos, cópias de discos rígidos e computadores, com o objetivo apurar as denúncias de desvio dos recursos direcionados ao Detran pela Fenaseg, cerca de R$ 6 milhões ao ano.

Há a suspeita de que parte desse dinheiro tenha sido utilizada para abastecer caixa-dois de campanhas eleitorais no Estado. Segundo Ricardo Herbstrith, um dos promotores que participou da operação, “há cheiro de ilicitude” em alguns pagamentos feitos pela Fenaseg ao Detran.

quarta-feira, 25 de junho de 2008

11 motivos que evidenciam que Yeda sabia


A bancada do PT quer que o deputado Adilson Troca (PSDB) incorpore ao relatório final da CPI do Detran a proposta de indiciamento da governadora Yeda Crusius. A sugestão consta no documento protocolado nesta quarta-feira (25) pelos deputados Elvino Bohn Gass e Stela Farias (PT) na secretaria da CPI. Segundo os parlamentares, são muitas as razões que evidenciam que a governadora tinha conhecimento da fraude:

1. Flávio Vaz Netto procurou a governadora, não seu superior imediato (o secretário de Segurança) informando que as fundações terceirizavam os serviços e as denúncias no Ministério Público Estadual;

2. A governadora autorizou a troca das fundações - Fatec por Fundae - sem licitação;

3. Na sindicância administrativa, Flavio Vaz Netto confirmou que a governadora sabia dos fatos, pois todas suas decisões foram precedidas de conversas com Yeda Crusius;

4. O diretor administrativo-financeiro do Detran, Fernando Coronel, membro do alto escalão do PSDB, foi indicado para o cargo pelo marido da governadora, Carlos Crusius, e pelo secretário de Infra-estrura e Logística, Daniel Andrade;

5. Segundo Flávio Netto, Coronel testemunhou todas as suas ações, não se opondo a nenhuma delas;

6. Quando determinou a substituição das fundações, Yeda disse que queria acabar com os penduricalhos, que foi como a governadora chamou as sistemistas. Isto significa que ela sabia das irregularidades anteriores ao seu governo e não mandou investigar para encobrir o envolvimento de Lair Ferst, coordenador informal da sua campanha, e do deputado José Otávio Germano, aliado político;

7. Yeda optou por manter e administrar a situação para não melindrar sua base política, antigos e atuais parceiros;

8. As escutas telefônicas mostram que Delson Martini não só sabia como atuou como interlocutor da governadora nas negociações com Lair Ferst;

9. As ameaças de Flavio Vaz Netto a Delson Martini. O ex-presidente do Detran foi para a imprensa dizer que tinha interesses de governo a tratar somente com Martini e que, se não fosse recebido pelo secretário, voltaria à CPI;

10. A articulação da família Fernandes - cujo patriarca, José Fernandes, é apontado como mentor do esquema - com o gabinete da governadora.

11. A carta que Lair Ferst escreveu para Yeda Crusius detalhando o funcionamento do esquema.

Mercedes Rodriguez dispensou licitação no Projovem


Do Diário Gauche

Apontada pelo Ministério Público Federal como uma das principais operadoras do desvio de R$ 44 milhões do Detran-RS, a Fundae foi contratada sem licitação para gerir o Projovem (programa de capacitação de jovens) pelas prefeituras de Porto Alegre e de outras três cidades gaúchas.

A Procuradoria instaurou investigação para apurar os indícios de fraude. O contrato de R$ 9,9 milhões entre a Prefeitura de Porto Alegre e a Fundae foi assinado em 2005 pela então procuradora-geral do município, Mercedes Rodriguez (PSDB), que será empossada hoje como secretária-geral do governo Yeda Crusius . A informação é da Folha, de hoje.

terça-feira, 24 de junho de 2008

Se enganou


Quem acha que a CPI está encerrada está enganado. Os deputados que integram a comissão continuam analisando os documentos encaminhados pelo Ministério Público Federal, Receita Federal, Polícia Federal, Justiça Federal e Detran e continuam encontrando novas provas que atestam não só a existência a fraude, mas detalham o funcionamento do esquema criminoso.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Governo melancólico


Das quatro testemunhas chamadas para depor logo mais às 18h, quando a CPI do Detran realiza sua última audiência para ouvir implicados na fraude na autaquia, apenas Rosana Ferst, irmã de Lair Ferst, deve comparecer. Os outros três - Elci e Cenira Ferst, também irmãs de Lair, e Marcelo Cavalcanti, ex-chefe do escritório político do governo em Brasília, não devem aparecer na Assembléia.

Isto não significa, entretanto, que a CPI esteja encerrando de forma melancólica, como afirmou hoje a colunista Rosane de Oliveira. Melancólico, sim, é uma governadora que prefere se omitir do que combater um esquema que assaltou os cofres públicos em R$ 44 milhões, garantindo propinas milionárias para agentes públicos. Melancólico também é o comportamento do PSDB, que resolveu incriminar um servidor da segurança cedido ao PT e absolver quem foi flagrado com a boca na botija. Melancólica ainda é a afirmação do novo chefe da Casa Civil, José Alberto Wenzel, que prometeu fidelidade absoluta à governadora.

Ou seja, se precisar esconder alguma irregularidade para não melindrar o governo, tudo indica que o ex-prefeito de Santa Cruz não irá vacilar.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Enquete


Por que imprensa não dá destaque a escândalos no Rio Grande do Sul e em São Paulo. Esta é a pergunta da enquete que está sendo realizada pelo Portal do PT. Antes de ser registrado, o voto terá de ser confirmado por um código alfanumérico digitado pelo internauta. O procedimento aumenta a segurança e a confiabilidade da pesquisa, pois dificulta operações fraudulentas – como aquelas que usam programas de computador para votar várias vezes na mesma opção. A pesquisa quer saber por que a grande imprensa brasileira tem dado tão pouco destaque aos escândalos envolvendo os governos de José Serra, em São Paulo, e Yeda Crusius, no Rio Grande do Sul. Acesse o site www.pt.org.br e vote!

Penúltima


A CPI do Detran chega, hoje, a sua última audiência. A partir das 18h, os deputados ouvem os depoimentos de Eduardo Wegner Vargas, filho do presidente do TCE, João Luiz Vargas; Lenir Fernandes, esposa do proprietário da Pensant, José Fernandes; Francene Fernandes Cardoso, filha de José Fernandes; Ricardo Höher e Rafael Höher, filhos do ex-coordenador do projeto Detran na Fundae, Rubem Höher. Amanhã, em sua última audiência, a CPI ouvirá Marcelo Cavalcanti, ex-chefe do escritório do governo gaúcho em Brasília.

terça-feira, 17 de junho de 2008

Sem explicação


A última audiência da CPI do Detran para ouvir depoimentos está marcada para quinta-feira, portanto daqui a dois dias. São mais de quatro meses de trabalho, mas até hoje os deputados aguardam as explicações que a governadora prometeu sobre a compra da sua casa um mês depois de encerrada a campanha eleitoral de 2006.

O assunto foi pauta de vários debates ocorridos na CPI e voltou à tona ontem, durante o depoimento de Delson Martini. Questionado mais de uma vez pelos parlamentares sobre seu suposto envolvimento na compra do imóvel, o ex-secretário-geral de Governo silenciou e disse que não falaria sobre a vida particular da governadora.

Delson Martini poderia, simplesmente, ter dito que não teve nenhuma participação no negócio. Ou que sim, que visitou imobiliárias a procura de um imóvel, o que seria normal, sendo ele um amigo íntimo da governadora. Mas ele prefereiu calar.

O 'modus vivendi' kinder ovo


Em matéria de kinder ovo, nada bate o governo Yeda: a cada dia os gaúchos são surpreendidos com um escândalo, um secretário demitido, uma nova investigação da Polícia Federal ou do Ministério Público.

O escarcéu de hoje ficou por conta do sumiço de R$ 18 milhões na contabilidade da Faurgs. Contratada pelo Banrisul para desenvolver projetos de modernização tecnológica por um valor de R$ 24,2 milhões, a fundação declarou uma receita de R$ 6,2 milhões. A diferença foi apontada no relatório preliminar do Tribunal de Contas do Estado

O novo escândalo foi noticiado hoje pelo jornal Folha de São Paulo. Outra irregularidade apontada foi a subcontratação, pela Faurgs, de empresas para desenvolver os projetos de modernização tecnológica. Segundo o TCE, a Faurgs fez uma intermediação de contratos celebrados de modo irregular, “uma fórmula encontrada para burlar o processo licitatório”.

A investigação do TCE foi motivada pelas denúncias encaminhadas pelo vice-governador Paulo Feijó (DEM), no final de 2007. Em conversa com Feijó, o ex-chefe da Casa Civil do governo Yeda, Cézar Busatto (PPS) reconheceu que o Banrisul é utilizado para financiar campanhas eleitorais.

Duro de acreditar

O ex-secretário-geral de Governo não conseguiu convencer os deputados petistas de que nunca conversou com a governadora ou outro integrante do Executivo sobre o Detran e sobre o e-mail ameaçador que recebeu do ex-presidente da autarquia. Delson Martini chegou a afirmar que só ficou sabendo da correspondência quando o fato foi noticiado pelos jornalistas que cobram a CPI. No e-mail, Flávio Vaz Netto diz que voltará a depor na comissão de inquérito caso não seja recebido para tratar de assuntos de seu interesse e do governo.

“O depoimento de Martini está eivado de suspeições e não resiste ao cruzamento de informações contidas nos áudios da Polícia Federal e em depoimentos anteriores”, avaliou o deputado Elvino Bohn Gass.

"Martini se apresenta como um técnico competente e é tido como uma forte liderança política do PSDB, mas está bastante envolvido no escândalo, embora se empenhe para que isto não transpareça”, frisou Stela Farias.

"As informações que chegaram à CPI permitem concluir que o ex-secretário seria o porta-voz da palavra da governadora na substituição da Fatec pela Fundae na prestação de serviços junto ao Detran", argumentou o presidente da CPI, Fabiano Pereira.

Militante comum?


O ex-secretário geral de Governo Delson Martini, que depôs ontem na CPI do Detran, não foi o primeiro a sustentar que sua participação da campanha de Yeda Crusius ao governo do Estado foi "de um militante comum", ou seja, esteve em algumas atividades, mas não integrou a coordenação, a equipe que elaborou o programa de governo e não fez parte do grupo mais próximo da candidata. Lair Ferst foi outro que disse que sua presença na campanha foi discreta. Chico Fraga disse o mesmo.

Entretanto, a foto exibida pelo deputado Elvino Bohn Gass mostra que Martini integrava sim o “círculo do poder”. Na fotografia, aparecem a governadora e o seu marido, Carlos Crusius, acompanhados por Paulo Feijó, Onix Lorenzoni, Marcelo Cavalcante, Lair Ferst e Delson Martini comemorando a vitória no primeiro turno das eleições.“As imagens, muitas vezes, falam mais do que as palavras”, salientou o deputado.

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Foro privilegiado interrompeu investigações


Delson Martini foi investigado pela Polícia Federal e chegou a ter os sigilos fiscal, financeiro e bancário quebrados com autorização da Justiça. As apurações foram interrompidas quando Martini foi promovido a secretário-geral de Governo, ganhando foro privilegiado.

A informação desmente a versão do Palácio Piratini, que alegava o fato dele não ter sido investigado para evitar seu depoimento na CPI. Questionado pelo vice-presidente da CPI, Paulo Azeredo (PDT), Martini disse que desconhecia a investigação.

Paciência extra


O pronunciamento inicial do ex-secretário-geral de Governo Delson Martini está exigindo dos deputados uma dose extra de paciência. Em vez de falar das escutas divulgadas onde aparece seu nome, Martini está fazendo um inventário da sua vida, desde a juventude no interior à difícil mudança para a capital. O vice-presidente da CPI já chegou a interromper o depoente com uma questão de ordem sobre o teor do depoimento.

O nome de Martini foi citado em um diálogo, gravado pela Polícia Federal, entre o ex-presidente do Detran Flavio Vaz Netto e o ex-diretor da CEEE Antônio Dorneu Maciel. Ele é mencionado como a pessoa do governo que poderia resolver o impasse criado a partir da exclusão das empresas de Lair Ferst do esquema que desviou R$ 44milhões do Detran.

Maioria da CPI rejeita convocação de Feijó


A maioria dos membros da CPI parece que não lê jornais e desconhece a opinião do povo. Apesar da pesquisa realizada pelo instituto Fato - Pesquisa Social e Mercadológica e divulgada pelos veículos da RBS apontar que 91,6% dos entrevistados concordam que a CPI deve investigar se houve corrupção no governo e quem são os culpados, nove parlamentares rejeitaram a convocação do vice-governador para depor na comissão. O resultado da votação foi 9 a 2 contra a vinda de Paulo Feijó.

Yeda sabia!

Esta é a manchete do jornal que a bancada do PT na Assembléia Legislativa está distribuindo desde ontem em todo o Estado. A publicação faz um histórico da fraude, aponta os principais nomes do esquema que desviou mais de R$ 44 milhões do Detran, além de trazer a transcrição de telefonemas interceptados pela Polícia Federal que comprovam que a governadora e ex-integrantes do Palácio Piratini tinham conhecimento das irregularidades e deixaram o barco correr.

Para ler a íntegra do jornal, clique na imagem acima.

Marcelo Cavalcanti será chamado pela CPI


Seis a seis. Este foi o resultado da votação do requerimento encaminhado pelos deputados petistas solicitando a vinda do ex-chefe do escritório do Rio Grande do Sul em Brasília para depor na CPI do Detran. Como no caso de empate, o voto do presidente desempata, Marcelo Cavalcanti será convocado para prestar esclarecimentos aos deputados de pelo menos dois episódios: a carta que Lair Ferst escreveu para a governadora revelando detalhes da fraude no Detran e que foi entregue a Cavalcanti e a conversa com Lair Ferst, onde Marcelo Cavalcanti informa ao lobista as pessoas que estarão em uma reunião na Secretaria da Fazenda da qual Ferst participaria.

Clique aqui para ouvir a conversa telefônica entre Marcelo e Lair Ferst gravada pela PF.

Mais tempo



A previsão é de que o período de depoimentos da CPI do Detran encerre na próxima quinta-feira (19). Com tantos envolvidos a serem questionados e tantos gravações a serem examindas, o deputado Elvino Bohn Gass tenta convencer os demais integrantes da comissão de inquérito a espichar o prazo de depoimento até o recesso, que inicia no meio de julho

Depoimentos imprescindíveis


Entrando na reta final, a CPI do Detran não pode deixar de ouvir o vice-governador Paulo Feijó, o presidente do Tribunal de Contas do Estado, João Luiz Vargas, o ex-embaixador do Rio Grande do Sul em Brasília, Marcelo Cavalcanti, e o proprietário da Pensant, José Fernandes. Esta é a opinião do presidente da comissão de inquérito, Fabiano Pereira (PT).
Os requerimentos para chamar os quatro serão votados na sessão desta segunda-feira (16) à tarde.

A crise é pop

A crise gerada pela governadora Yeda saiu do meio político e foi parar no show de Rita Lee, sábado à noite no Teatro do Sesi. Durante o espetáculo, a cantora fez vários comentários sobre o fato. "E a Yeda hein? Cruzes", brincou Rita no início do show, lembrando um de seus maiores sucessos, a música Lança Perfume. Depois, quando anunciou uma nova composição, dedicada a pessoas chatas, a platéria gritou: "é pra Yeda". Na hora de cantar a música Venenosa, o público não deixou por menos, trocando o refrão venenosa pela palavra mentirosa.

sexta-feira, 13 de junho de 2008

TVCão

PGE foi pressionada

A Polícia Federal confirmou que a denúncia feita pelos deputados do PT na CPI no Detran é verdadeira. Segundo a PF, a Procuradoria-Geral do Estado (PGE) foi pressionada para emitir, em apenas um dia, parecer favorável à troca de fundações - da Fatec para a Fundae - para prestar serviços ao Departamento de Trânsito. A substituição permitiu a continuidade do esquema fraudulento com outro formato.

O fato não tinha escapado do Ministério Público de Contas (MPC). Ao analisar o parecer, o procurador Geraldo da Camino destacou que a tramitação aconteceu com "inaudita celeridade".
Em janeiro deste ano, quando a PF chamou a procuradora-geral do Estado, Eliana Graeff Martins, para prestar esclarecimentos sobre o trâmite do parecer, a governadora Yeda Crusius condenou a postura da PF.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Manifestações


O CPERS/Sindicato promove amanhã, sexta-feira 13, ato público estadual dos educadores em frente ao Palácio Piratini. A concentração para o ato está marcada para às 14 horas, em frente à sede do CPERS, na avenida Alberto Bins, 480, centro de Porto Alegre.

Na segunda-feira, dia 16,os movimentos sociais realizam uma plenária às 16h, na Igreja Pompéia. Quinta, dia 19, está marcado um grande ato estadual em frente ao Piratini.

Estratégia


Os deputados do PP, PMDB, PSDB e PPS não compareceram na sessão extraordinária da CPI que estava marcada para o meio-dia de hoje, o que inviabilizou a votação dos requerimentos de convocação do ex-secretário de governo, Delson Martini, e do ex-representante do Estado em Brasília, Marcelo Cavalcanti.O deputado Elvino Bohn Gass considerou o fato preocupante. “A ausência dos membros dos partidos da base pode significar uma estratégia traçada pelo próprio gabinete de transição”, disse.

A votação dos requerimentos foi transferida para a sessão ordinária, que inicia às 18h desta quinta-feira (12), com a presença do presidente da Fenaseg, João Elisio Ferraz de Campos

Interatividade?


Crescem as doenças cardiovasculares no inverno. Esta foi a principal matéria exibida no Jornal do Almoço de ontem, quando a Brigada Militar baixou o cassetete contra manifestantes que protestavam contra o aumento do preço dos alimentos e a corrupção no governo Yeda. Depois, o tema das doenças do coração também foi machete no ClicRBS durante boa parte da tarde.

À noite, o programa Conversas Cruzadas debateu o comportamento da Brigada Militar. O resultado da pesquisa interativa - 84% a 16% a favor da ação da BM - deixou muitas pessoas que tentaram ligar para votar contra a violência policial indignadas, pois elas não conseguiram completar a ligação.

É óbvio que as doenças provocadas pelo frio são pauta quando o Estado apresenta temperaturas próximas de zero grau. Pauta permanente, inclusive. De utilidade pública. Pode ser manchete todos os dias do inverno, não necessariamente naquele dia que prometia um grande ato contra o governo Yeda, derrubado pela repressão da BM

A RBS até agora não explicou por que as ligações contra a BM foram interrompidas e, portanto, não computadas na pesquisa. A empresa, que se considera porta-voz do jornalismo moderno, que prega a interatividade, se desconectou da realidade e dos telespectadores.

Convocação de Martini será votada hoje


A CPI do Detran realiza duas reuniões hoje. A primeira acontece às 12h, quando será votado o requerimento para convocação do ex-secretário-geral do governo Yeda Crusius, Delson Martini, para depor na Assembléia. Na segunda, às 18h, os deputados ouvirão o presidente da Federação Nacional das Empresas de Seguros Privados e de Capitalização (Fenaseg), João Elísio Ferraz de Campos. As duas reuniões acontecem no Plenarinho, 3º andar.

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Imagens do crime

As imagens gravadas pelo circuito interno de TV do edifício onde mora Antônio Dorneu Maciel, exibidas ontem e hoje pela RBS TV, mostram a chegada no local de Rubem Höher, ex-coordenador do projeto Detran na Fundae e do próprio Maciel. No vídeo, Höher, que admitiu à Polícia Federal ter entregue R$ 175 mil ao ex-diretor da CEEE e ex-diretor geral da Assembléia, carrega uma maleta preta onde, segundo ele, estava o dinheiro. Antes do encontro, os dois têm uma rápida conversa, que também, foi interceptada pela PF, quando Höher diz que "quer completar a documentação". De acordo com a PF, "documentação" é o eufenismo usado pela quadrilha para falar da propina.

Apoio

No início da tarde de hoje, representantes dos movimentos sociais reúnem-se com o presidente da CPI do Detran, Fabiano Pereira, quando farão um relato da jornada que estão desenvolvendo em todo o Estado e manifestar apoio ao trabalho da Comissão Parlamentar de Inquérito.

terça-feira, 10 de junho de 2008

Vale a pena ver de novo





Não caiu a ficha


A participação da governadora no programa Conversas Cruzadas mostrou que Yeda Crusius não está entendendo o que acontece no Rio Grande do Sul. Yeda condenou o trabalho da Polícia Federal e da CPI, a oposição e o vice-governador, mas não fez nenhuma auto-crítica por ter deixado de investigar as denúncias de corrupção no seu governo e, só agora, solicitar um pente fino nas estatais.

Não estava fácil entender o que a governadora queria dizer. Ao ser perguntada sobre a casa, comprada em dezembro de 2006 por R$ 750 mil, primeiro ela concordou que o apartamento de Capão da Canoa estava indisponível pela Justiça e não poderia ser vendido. Depois, ela afirmou que vendeu dois apartamentos para comprar a casa. Quando este assunto veio à tona na CPI do Detran, Yeda revelou à imprensa que tinha negociado o imóvel que, agora, ela mesmo reconhece que está indisponível. Noves fora, os telespectadores continuram sem resposta.

Ela também creditou a crise no governo à divulgação das gravações feitas pela Polícia Federal. "Parem de divulgar as fitas para eu poder nomear", falou lá pelas tantas, reclamando do clima de Big Brother.

É, a ficha não caiu.

Manifestação


Enquanto o ex-chefe da Casa Civil prestava depoimento, ontem, no plenarinho da Assembléia, estudantes faziam um protesto na entrada do prédio do Legislativo. A frase mais ouvida na manifestação era "'não tem dinheiro para botar na educação, mas tem dinheiro pra comprar uma mansão".

A educação foi uma das áreas mais sacrificadas com o novo jeito de governar adotado por Yeda Crusius.

Fora de contexto


"A terceira fase do governo vem com tudo". Foi assim, desta maneira ufanista e completamente fora de contexto que o comentarista Cláudio Britto encerrou sua participação ne estréia do novo jornal da TV Com, que vai ao ar à meia-noite, depois do programa Conversas Cruzadas. Por mais que Cláudio Britto deseje, nada indica que o governo Yeda esteja entrando numa fase de serenidade e realizações. Até porque o vice-governador já disse que tem novas gravações e as divulgará no momento oportuno.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Bandeira e cheque


Parece que não foi só a bandeira que Lair Ferst segurou na campanha eleitoral de 2006, como Yeda Crusius quer que todos acreditem. Tudo indica que pelas mãos do lobista passaram também cheques que abasteceram o caixa da coligação vencedora. Em entrevista coletiva hoje (9) à tarde, o vice-governador Paulo Feijó confirmou isso, desmentindo a versão que vem sendo alardeada pela governadora.

Segundo o vice-governador, assim como ele (Feijó) ajudou a captar recursos junto a amigos para financiar a campanha, Lair Ferst fez o mesmo junto “a pessoas do network dele”.

Fechando o cerco


Enquanto Busatto presta esclarecimentos à CPI do Detran, o Ministério Público Estadual anunciou a formação de um grupo de trabalho com representação do Ministério Público Especial de Contas e o Ministério Público Eleitoral para imprimir rapidez às investigações de irregularidades em órgãos públicos. Nos próximos dias, o vice-governador Paulo Feijó deverá comparecer ao MP para dar seu depoimento sobre os últimos acontecimentos e fornecer novas informações.

A constituição do grupo pode ser um indicativo de que a tese do financiamento de campanha por órgãos públicos começa, enfim, a chamar a atenção das autoridades.

Mais uma quadrilha


O ex-chefe de Casa Civil, Cézar Busatto, que neste momento está respondendo aos questionamentos do deputado Elvino Bohn Gass (PT) na audiência da CPI do Detran, confirmou que o dossiê sobre o Banrisul, montado pelo vice-governador, tem cinco volumes. Conforme Busatto, Feijó reafirmou que uma quadrilha comanda o banco desde 2003.

Elvino perguntou por que o governo Yeda não tomou nenhuma providência para investigar as denúncias de Paulo Feijó. Busatto respondeu que este dossiê foi encaminhado por Feijó ao Ministério Público, ao Tribunal de Contas e a outros órgãos de controle e que, portanto, está sendo investigado.

Mas e o governo Yeda, o que fez mesmo para banir a esta e a outra quadrilha que se infiltrou no Detran?

Mau conselheiro


No meio da crise política que ameaça seu mandato, a governadora resolveu se aconselhar com o ex-governador Antônio Britto, aquele que ficou conhecido por privatizar o Estado e não deixar um centavo em caixa.

Hipótese a ser testada

"Não seríamos hipócritas se deixássemos de investigar hipótese de que o Detran foi utilizado para financiar campanhas?". Quem indaga é Cézar Busatto, o ex-chefe da Casa Civil que dias atrás não economizaria adjetivos para minar qualquer iniciativa neste sentido.

Poesia e choradeira


Começou com poesia o depoimento do ex-chefe da Casa Civil na CPI do Detran hoje (9) à tarde. O lirismo, no entanto, durou poucos minutos. Agora, Cézar Busatto lança mão de seu arsenal de adjetivos para atacar o vice-governador Paulo Feijó.

E agora, Busatto?

Cézar Busatto depõe hoje (9) na CPI do Detran já na condição de ex-chefe da Casa Civil. Terá que se esforçar para explicar aos deputados o conteúdo da conversa que manteve com o vice-governador Paulo Feijó sobre o loteamento do governo e o uso de órgãos públicos para financiar os partidos. Sexta-feira (6), quando a gravação da conversa foi divulgada, Busatto disse à imprensa que são os cargos de confiança é que irrigam os caixas partidários. A explicação não colou. Afinal, os órgãos citados pelo ex-chefe da Casa Civil – Detran, Banrisul e DAER – não têm tantos CCs assim em sua estrutura. No caso do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem, Busatto foi mais específico, referindo-se a obras como fontes de financiamento.

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Gravação perigosa


Em entrevista coletiva, o presidente da CPI do Detran, Fabiano Pereira (PT), leu a degravação do diálogo de 20 minutos travado entre o vice-governador, Paulo Feijó, e o chefe da Casa Civil, Cézar Busatto. A conversa, cuja gravação foi repassada à deputada Stela Farias (PT) pelo próprio vice-governador, traz elementos reveladores da forma de fazer política e de acomodar forças políticas no interior do governo tucano. Quem quiser se estarrecer ainda mais com o festival de escândalos que se abate sobre o Palácio Piratini pode ler ou ouvir o áudio.

Ouvir o áudio MP3

PRELIMINAR

Feijó - Não é verdadeiro, isso aí.

Busatto - eu não acredito nisso.....

Feijó - no quê?

Busatto - este é o modus vivendi de .....

Feijó - não sei, não sei....

Busatto – ....essa guerra que está... e tu tenha elementos para abrir, concordo que isso cria uma situação muito ruim

Feijó – tá, e por isso eu vou dar suporte a tudo isso

Busatto - não, não Feijó, de maneira nenhuma......

Busatto - que possibilidade existiria de nós construirmos uma alternativa de entendimento, não no entendimento no sentido ... porque tem tanta coisa pendente porque tem um passivo que não resolve nunca mais, né, mas eu pergunto para evitar uma ruptura definitiva (...) se houvesse essa possibilidade que condições tu exigiria para isso?

Feijó - eu já disse desde o início não tem condição nenhuma eu só quero, como vice-governador, poder participar das decisões do governo, não quero cargo, não quero secretaria, então ah, eu demonstro que não tenho interesse, eu não tenho interesse por cargo por nomeação nem por secretaria nem por nada, mas eu quero participar, poder participar, eu não quero que as coisas sejam feitas de acordo com o que eu defendo, não, mas eu gostaria, como vice-governador, sentar numa mesa e discutir como a gente discute, ah, tomar a decisão em conjunto? É essa decisão. Agora, eu quero entender o seguinte: por que encobrir o Detran, se sabia que antes de eu entrar na política nós já sabíamos que havia esse esquema no Detran, todo mundo sabia, era público, por que não querer mudar? Desde 2003 eu sei que existe uma quadrilha no Banrisul, por que não querer mudar?

Busatto - por que quando do segundo turno como está sendo hoje com o Rigotto, conviveu com essas duas situações casualmente?

Feijó - Por que? Por que? Por que quem era eu Busatto? Por que não fui com o rigotto? Quem era eu? Era um empresário médio do rio grande do sul presidente da Federasul, eu vou bater de frente com o governador do Estado? Com o secretário do Estado? Que espaço eu tinha na mídia? Que respaldo eu tinha? Nenhum. Agora, hoje, eu me sinto responsável pelo governo que está aí, eu fui eleito junto com a governadora. Ela querendo ou não, ela gostando ou não, eu ajudei a eleger ela, ao menos um voto eu fiz para a chapa, eu trouxe recursos para campanha de amigos meus, empresários, que confiaram em nós, que confiaram no discurso de propriedade, de menos imposto, de menos governo, de menos secretaria, depois que nós passamos para o segundo turno deixa o Feijó lá isolado, ele que se rale, ninguém mais dê ouvido para ele, essa era a reciprocidade que eu tinha, a única coisa que eu sugeri, que eu não exigi, eu sugeri: olha, antes de nomear o presidente do banco eu gostaria de apresentar, ela não quis me ouvir, ela não tinha interesse nisso, então cada um que faça as suas interpretações porque ela não tinha interesse em mexer no Detran. Vamos pegar o Cairoli, se ele sabe alguma coisa do nosso governo que poder ele tem para enfrentar a mim e a governadora? Nenhum, como presidente da Federasul. Nenhum ou muito pouco, vamos dizer assim. Agora, como vice-governador eu tenho obrigação e eu não vou ficar quieto enquanto não mudar ou não demonstrar que nós estamos aqui para fazer o que tem que ser feito.

Busatto - ... tenho bastante convicção nisso. A governadora (ininteligível), eu acho que .. eu sinto muito isso em Porto Alegre, um pequeno partido se ganha uma eleição dessas precisa governar com maioria para poder viabilizar seu governo que é um pouco caso (...) que nunca governou o Estado.

Feijó - sim, não tem base partidária na assembléia.

Busatto – acaba tendo que fazer concessões importantes, os partidos aliados, os partidos grandes do Estado

Feijó - eu não tenho dúvida disso

Busatto - tanto o Banrisul quanto o Detran

Feijó - são os dois maiores, fora o PT

Busatto - tu concorda que são PMDB e PP, né?

Feijó - claro,

Busatto - então não podemos deixar eles fora. Não tenho dúvida de que o Detran é uma grande fonte de financiamento.

Feijó - do PP?

Busatto - isso não é verdade? e o Banrisul, nos últimos 4 anos, com certeza, eu até acho que de repente a governadora poderia até (ininteligível) pensado nisso, né, mas eu te digo uma coisa: os dois partidos (ininteligível) do Estado como é que isso isso ia ficar insustentável.

Feijó - hum, hum

Busatto - então assim eu não creio que a governadora seria totalmente responsável por tudo isso, tu entende? Quer dizer vai .....

Feijó - sim, então é melhor deixar assim então?

Busatto - e outra coisa: o custo que teria ter que romper com o Zé Otávio (ininteligível)

Feijó - sim, pra mim tá claro, ela rompeu comigo e se abraçou no simon na época lá quando ela pediu para que eu renunciasse

Busatto - é, é, eu quero dizer o seguinte: é difícil (ininteligível) ser só maldade dela... esse jogo.

Feijó - agora eu te pergunto o seguinte:

Busatto- (ininteligível)

Feijó - eu entendo, eu entendo. Agora te pergunto o seguinte...

Busatto - se tu tivesse sentado naquela cadeira e .. se eu não tiver 30 votos, 27 votos, 28 votos na Assembléia eu não governo, entende? É uma opção difícil.

Feijó - ok, politicamente, eu concordo, agora, não posso ser conivente com isso não numa questão política, mas numa questão de roubo, desvio, não pode, e ela está sendo. Por questões políticas? Não sei, por interesse financeiro? Não sei. Ou pelos dois juntos.

Busatto - ... se misturar, tu sabe que essa comunhão legislativa não funciona, muitos entraves...

Feijó - eu sei

Busatto – (ininteligível) nesse assunto... e o PDT...

Feijó – Oh, Busatto, eu tô num mundo que não é meu, e eu não me acostumo com isso

Busatto - (ininteligível) tu essencialmente está certo. Te digo assim: (ininteligível) faria se tivesse inviabilizado... isso uma hora se torna insuportável (inintligível) tá doente, tá doente... no sentido que vai ficar uma contradição... tua consciência (ininteligível) tu tá (ininteligível) o Serra ... não quero nem entrar no mérito dela... eu sei que tem desculpa embora a lógica da política ela é cruel... eu não sei se ela não mudará... tão cedo... Ministério Público... não sei se é uma boa saída, aliás, eu não sei se tem como sair... (ininteligível)... eu acho assim, Paulo, não é posição só da Yeda... todos os governadores só chegaram aí com fonte de financiamento ou de Detran, do Daer.. quantos anos o Daer sustentou...

Feijó - não sei

Busatto - Na época das obras... fortunas, depois foi o Banrisul...

Feijó - Na CEEE

Busatto - Na CEEE, se tu vai ver...

Feijó – é onde rendia... é onde os grandes partidos estão... não quero saber... é onde tem as possibilidades de financiamento, pode ter certeza de que tem interesses bem poderosos aí controlando (ininteligível) ...

Busatto - é uma coisa mais profunda que está em jogo... eu não sei se em alguns lugares se superou isso, acho que sim, né? Países mais avançados... mais maduras, norte da Europa, enfim tem lugares em que a atividade pública é mal remunerada

Feijó - sim, por idealismo

Busatto - por idealismo, por voluntariado, as pessoas não deixam de trabalhar, tu é deputado, tu não deixa de ser advogado, tu vai.como advogado, tu dedica... mas aí... na Europa... mas aqui nós estamos muito mal nisso...

Feijó - tá na hora de começar a mudar, em Busatto? Mas qual é tua proposição?

Busatto - não tem nada concreto..(ininteligível) ... a tua decisão, tu tens razões para isso, se pudessémos encontrar um modus vivendi que nos permitisse tu não romper com tuas convicções ... para tu estar dizendo pra ti mesmo, pra tua consciência... qual é o custo disso? Eu não sei. de repente o Fernando faz um gesto concreto para ti, não quero pensar alto porque isso não tá no horizonte acho que tanto a ver uma coisa concreta que pudesse permitir ou outra coisa, quem sabe? ... (ininteligível) ... acho que eu estaria disposto a contar sei que a governadora é muito complicada, mas, se não for assim, ... agüenta esse sofrimento, se tu não vai abrir mão das tuas convicções ... (ininteligível) ... tu tem informações ... ela vai pagar um preço alto por isso, talvez mais que ela merecesse se tu for ver ... Rigotto, Olívio, Britto ... cada um tem o seu jeito de financiar as coisas, então eu acho que... então eu queria te consultar se tem um caminho que o governo.... eu gostaria de tentar... não posso dizer assim, ah, não deu certo

Feijó - eu sempre tive a disposição para contribuir. Agora estou extremanente incomodado com tudo isso, não é nada do que eu esperava dessa atividade política, to aberto aí para qualquer proposição ou uma demonstração efetiva de que é pra valer, não é pra fazer de conta

Busatto - por exemplo, assim, uma coisa que me preocupa muito (ininteligível)

Feijó - sabe uma coisa? Eu sempre defendi a federalização e não a privatização do banco

Busatto - ... a Nossa Caixa, o Serra tá vendendo a Nossa Caixa para o Banco do Brasil.

Feijó - eu sei, mas tu sabe que o Aod, agora em março, abril, teve aqui falando comigo e veio me perguntar: oh, Feijó hoje avaliando a questão do banco é insustentável a médio prazo, eu sou até favorável.

Busatto - desde 2002, quando termina as consignações é o que sustenta ...

Feijó – (Aod) eu apoiaria um projeto desses. Eu sou favorável, tu apoiaria um projeto desses? E eu digo: eu sempre apoiei, Aod. É porque eu estou convencido, me disse o Aod, eu só tenho uma coisa, eu e a governadora nos comprometemos a não fazer isso no nosso governo, então eu vou cumprir com o que eu defendi em campanha, eu me lembro que nós tivemos lá no PSDB, lá no comitê uma reunião com os diretores, com os gerentes de banco e nos comprometemos... então como é que nós vamos defender o contrário? Aod: Ah, nos impostos nós já fizemos o contrário. Aí eu disse: então tá tri, tu levanta essa bandeira que eu não vou levantar. Agora eu concordo que o banco vender uma participação na Serasa e que isso que deu resultado pro teve, não é?

Busatto - Serasa do ...

Feijó - é o Serasa, o Banrisul tinha uma participação no Serasa, ele e outros bancos, me parecesse que foi bastante expressivo o valor apurado, poi, oh,Busatto tu tem muito mais expeiência e visão do que eu.

Busatto – ...é muito complexo de fazer, mas eu gostaria de encontrar formas, então de resolver, né, para que pudesse te dar conforto, criasse um modus vivendi porque eu acho uma loucura o que nós estamos fazendo, é sui generis essa situação fica insustentável ... pode acabar numa puta crise

Feijó - agora eu tenho a convicção se sair uma CPI do Banrisul seria muito bom para a sociedade, não tenho dúvida disso, politicamente não sei avaliar, agora, em termos de chegar à realidade do banco e ver efetivamente se nós, Rio Grande do Sul, precisamos estar pagando esse custo para manter um banco, afinal Santa Catarina não tem banco, Paraná não tem banco, São Paulo não tem Banco, Rio não tem banco, Bahia, nenhum estado representativo tem banco...

Busatto - .... não sei se uma CPI... o prazo é 2011, não é... são 300 mil clientes ativos ...

Feijó - mas eu to aberto, tá Busatto, aguardo uma sinalização

Busatto – vou pensar com muito carinho .... hoje o Sossella pediu a tua convocação para a CPI

Feijó - é, é, o Marquinho me ligou quando eu tava vindo da CEEE. Eu liguei para o Marquinho e pedi que ele fizesse aquela intervenção ...

Busatto .... que te convoque, né.

Feijó - inclusive o presidente da CPI, o Fabiano, quarta-feira, antes de eu viajar...eu tô com investimento lá em Punta Del Leste ....ele me disse olha, vai lá, medita, vamos conversar. Aí o Fabiano disse: se tu vai me convencer que eu tenho algo a agregar, tu me faça um convite que eu vou lá. O Fabiano ficou de me ligar. Aí até me surpreendeu hoje a posição do Sossella.

Busatto – O Sossella ... Paulo Azeredo... então tá, eu vou pensar no que nós conversamos e voltamos a conversar, ok?

Feijó - Ok.

Busatto - obrigado pela tua ajuda.

Feijó - eu tô sempre aberto.

Second Life Total

Momentos depois de estourar a notícia de que o chefe da Casa Civil, Cézar Busatto, arquitetava um plano para lotear o governo entre os partidos aliados,a líder do governo Yeda na Assembléia Legislativa deu uma declaração evidenciando que a tucanada gaúcha se refugiou no second life. A deputada Zilá Breitenbach afirmou ao jornal Zero Hora que não há qualquer motivo para cogitar uma crise política no governo. Até agora, um secretário já caiu (Ariosto Culau), outro arruma as malas (Delson Martini) e Busatto passa a ser a bola da vez. Imagine se a crise estivesse instalada.

Dia trepidante


O dia está sendo trepidante no Palácio Piratini. Entre reuniões para decidir o destino do secretário-geral Delson Martini e do chefe do escritório do governo do Estado em Brasília, Marcelo Cavalcanti, que admitiu ter recebido a carta onde Lair Ferst posa de vítima do esquema criminoso, surgiu uma nova gravação bomba. O conteúdo será reveleado às 16h30min, em entrevista coletiva, pelo presidente da CPI do Detran, Fabiano Pereira e pela deputada Stela Farias.

Neste momento, os principais dirigentes do PSDB gaúcho estão na sede estadual do partido, onde o presidente do partido concederá uma coletiva. Às 16h30min, o chefe da Casa Civil, Cézar Busatto promete uma manifestação oficial do governo.

Carta bomba


Depois da estrondosa divulgação das gravações de ligações telefônicas entre envolvidos na fraude do Detran, chegou à imprensa a não menos impactante carta de Lair Ferst dirigida à governadora Yeda Crusius. Um golpe de misericórdia na base aliada e no governo que, até o início da semana, tentavam desesperadamente manter o escândalo fora do gabinete da governadora. Leia a íntegra da carta.


“Senhora Governadora:

Tenho a algum tempo tentando agendar uma conversa pessoal com a senhora, mas acredito que em função do acúmulo de compromissos de agenda tem inviabilizado tal encontro, por isso tomei a liberdade de lhe escrever. Esta oportunidade é muito importante para que eu possa esclarecer uma série de assuntos que tem sido levado a seu conhecimento e a várias outras pessoas do Governo, informações totalmente distorcidos por pessoas interessadas em me denegrir e com isso facilitar ações e interesses muitos deles nem sempre republicanos.

Tenho sofrido nos últimos meses com uma série de situações constrangedoras devido a uma campanha difamatória que foi deflagrada contra minha pessoa. Acredito que não posso me calar. Pensei muito antes de tomar qualquer atitude, porém, a situação está se tornando insustentável e tem prejudicado as pessoas que convivem e trabalham comigo. Pensando em tudo isso resolvi fazer um relato de alguns fatos que considero importante que a Senhora saiba, pois como não tive a oportunidade de conversar pessoalmente não sei a versão dos fatos que chegaram ao seu conhecimento e acredito que há situações graves que não são de seu conhecimento.
Por ocasião da campanha eleitoral travamos um embate eleitoral muito forte que contrariou interesses dos principais partidos e por eu estar entre aqueles que tiveram alguma visibilidade passei a ser alvo de pessoas corruptas que passaram a ver em mim uma pessoa bem informada e sabedor de quantos negócios operados por eles poderiam ruir no seu Governo. Formou-se então um grupo que tem se dedicado a me difamar.

A estratégia desse grupo foi iniciar com um processo de espalhar entre secretários, autoridades e assessores ligados ao governo, usando pessoas que apresentam grande credibilidade, calúnias, como por exemplo: ‘O fulano está sendo investigado pela Polícia Federal, pelo Ministério Público e etc.. e mais, cada escândalos que tem vindo à tona são sempre vinculados a mim, como o caso da PORTOCRED; tudo isso de forma orquestrada, com o único objetivo de me desgastar.

Este grupo é liderado pelo ex- professor da Universidade Federal de Santa Maria José Antonio Fernandes e dos seus sócios Barrionuevo e do Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado Sr. João LUiz Vargas. Conta também com uma série de colunistas de vários jornais que tem remuneração paga pelo Sr. José Fernandes para plantar notícias de seu interesse particular. Usam diversas pessoas para servir aos seus propósitos escusos sem aparecer e ficar impune e livre de qualquer acusação.

Para melhor identificar o Sr. José Antonio Fernandes é a pessoa ligada ao PDT de Santa Maria e a sua biografia tem como principal relato o cargo ocupado como Diretor Geral da Assembléia Legislativa, tendo sido à época pivô de uma CPI por corrupção em licitações, fraudes e diárias e contratos da Assembléia. Este fato ocupou por muito tempo o noticiário da época, também foi ventilado que o mesmo estava a beira do suicídio sofre de doença conhecida como transtorno bipolar. Na última campanha eleitoral este senhor, juntamente com o Barrionuevo e o João Luiz Vargas elaboraram o Plano de Governo do candidato Alceu Collares. Também, durante a campanha ocorreu um fato que eu e o Marcelo relatamos pessoalmente a Senhora, que foi o caso dos “Pais de Santo” que fizeram aquela manifestação em frente ao comitê da Av. Farrapos, com ampla cobertura pela mídia, RBS e demais veículos de comunicação, tentando lhe identificar como racista. Pois então, quem montou essa manifestação foi o Sr. José Fernandes e o Sr. Barrionuevo. Inclusive quem fretou e pagou o ônibus para trazer as pessoas para a manifestação foram eles. Na época nós identificamos esse pessoal e lhe informamos. No segundo turno da eleição, o Sr. José Fernandes montou um grupo de apoio ao candidato Olívio Dutra, inclusive esse grupo fazia parte da coordenação da campanha, sendo que várias pessoas ligadas a ele trabalharam no comitê do PT, como por exemplo seu cunhado Roberto da Luz, que depois da eleição passou a ser o Secretário da Fazenda do Município de Santa Maria, do Prefeito Valdeci Oliveira.

No decorrer da campanha do segundo turno foi distribuído a todos os veículos de imprensa um dossiê apócrifo com um conjunto de denúncias falsas contra mim, após investigação ficou constatado que era o Sr. José Fernandes o mentor das denúncias. As pessoas que receberam tal dossiê e que me conhecem me chamaram e entregaram as denúncias, todas falsas, mas ali já estavam tramando para me prejudicar.

Esta fúria deste Sr. esta vinculado a fraudes praticadas pelas suas empresas Pensant Consultores, Getplan e IGPL, todas empresas comandas por ele. Estas fraudes foram feitas junto ao Projeto Trabalhando Pela Vida da UFSM e da FATEC – Fundação de Apoio à Tecnologia e Ciência, que realizam os exames de habilitação para o Detran/RS. A minha irmã, junto com outros auditores tem um contrato de prestação de serviços de auditoria com a Fatec para auditar os procedimentos destes contratos, com vencimento vinculado ao contrato do DETRAN. Contrato este realizado no âmbito privado e legalmente constituído, com uma equipe técnica qualificada. Acontece que no decorrer do trabalho os auditores começaram a identificar fraudes praticadas pelas empresas do Sr. José Fernandes, como emissão de notas frias sem a devida contra-partida de serviços prestados, despesas totalmente alheias ao objeto do projeto, ... Então começaram os problemas, esse Senhor começou a me procurar para pedir que os auditores deixassem de relatar estes fatos nos relatórios só que eu sempre informei a ele que a auditoria é autônoma e sofre fiscalização do Conselho Regional de Contabilidade e que não seria possível pedir aos técnicos que fizesse olhos grossos como ele pretendia. Ao não ser atendido, esse Senhor passou a me acusar inventando fatos e espalhando inverdades, tentando inverter as coisas.

Vou fazer um breve relato sobre minha participação e relacionamento com o Projeto do DETRAN que envolve o processo de habilitação de condutores. Em 2003 venceu o contrato mantido entre o governo do Estado e a empresa Carlos Chagas (sediada em São Paulo) que à época realizava o processo de habilitação de condutores do Rio Grande do Sul, prestes a ser renovado. Apenas para informar, não achava certo manter uma empresa de fora do Estado fazendo este trabalho, então como tinha bom relacionamento com o reitor da Universidade Federal de Santa Maria Prof. Sarkis, falei com o mesmo sobre as condições da universidade em tocar o referido projeto, o que foi aceito. Então na época montei toda a estrutura do projeto, desde a logística até a implantação efetiva do mesmo, juntamente com técnicos especializados no assunto. Fui contratado pela FATEC para prestar assessoria como Coordenador de Relações Institucionais, situação que ficou insustentável por não concordar com posições tomadas pelo Sr. José Fernandes que sempre teve muita influência (...) FATEC para a FUNDAE constava no site FUNDAE o mesmo como Coordenador Técnico, quando questionei essa informação junto com o pessoal do DETRAN no mesmo dia alteraram o site trocando pelo nome do antigo Reitor Prof. Sarkis. Consta no site inclusive que a sede da Fundação em Porto Alegre é no mesmo endereço da empresa Pensant Consultores de propriedade do Sr. José Fernandes e seus filhos. A seleção dos examinadores de trânsito, para a nova fundação, em Porto Alegre esta sendo feito na sede da empresa deles, como sede da FUNDAE. Fizeram todo esse processo com um risco muito grande, poderão expor o governo à questionamento ético pela forma como tudo foi feito, sem dar publicidade do ato administrativo, exigência da lei, neste modelo de contratação.

Veja que foi um golpe de mestre digno da máfia. O que me deixa profundamente abalado é que para fazerem tudo isso estão usando a força de coação do Governo que ajudei a eleger, usando o seu nome Governadora. O mais curioso é que essas pessoas que estão praticando esta arbitrariedade fizeram todo o esforço para evitar que o seu projeto fosse vencedor nas eleições, é muita ironia do destino o governo que defendi ser usado contra mim. Sempre tive a convicção que a Senhora nunca aceitaria injustiças, o Marcelo sempre me falou isso e eu realmente acredito, conheço a sua força e determinação em tudo o que faz.

Esse grupo conta hoje com a ajuda e assessoria do Sr. Antonio Dorneu Maciel, Diretor da CEEE, o Cons. João Luiz Vargas do TCE, o Flávio Vaz Netto – presidente do Detran, Fernando Coronel – Diretor do Detran, Chico Fraga, José Barrionuevo e o Sr. José Fernandes, que chefia o grupo. As metas dessa turma são ambiciosas, já estão com vários negócios em andamento, no próprio DETRAN, CEEE, DAER e CORSAN. Estão formando um verdadeira máfia para extorquir o Estado com o superfaturamento de obras e serviços.

Nesse negócio da substituição da FATEC pela FUNDAE, vão arrecadar aproximadamente R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais) por mês, um verdadeiro escândalo. O Estado deveria trabalhar para reduzir os custos e não trocar para ficar igual ou aumentar os custos. A redução anunciada é irrisória, esse contrato teria que ter obrigatoriamente uma redução de pelo menos 20% do valor total.

O Sr. José Fernandes, através da FUNDAE, participou da elaboração do Documento Base e de conteúdo técnico, do qual foi extraída a Agenda Mínima do Pacto pelo Rio Grande, como coordenador da assessoria técnica e praticamente toda a equipe técnica são funcionários do mesmo. Ocorreu um episódio sobre esse trabalho que o atual chefe da Casa Civil Fernando Záchia pode confirmar com relação a tentativa na época, de extorsão que ele sofreu por parte do Sr. José Fernandes, na tentativa do mesmo receber R$ 200.000,00 (duzentos mil reais), sendo que o mesmo havia dito que faria o trabalho sem custo algum, conclui-se que esse Sr. é um verdadeiro pilantra.

Quando fiquei sabendo desta intenção de troca da FATEC pela FUNDAE imediatamente comuniquei a direção do DETRAN que a escola técnica da UFRGS, através da escola de trânsito tinha interesse no assunto e deveriam ser consultados via FAURGS que inclusive poderia haver uma redução significativa de custo para o estado em mais de 20%. Imediatamente foi rechaçada essa idéia pelo atual presidente do DETRAN, que alegou que a UFRGS era muito próxima da Governadora e do Prof. Crusius e que então eles perderiam o controle da situação, a proposta nem chegou a ser avaliada. É claro que não há interesse em lhe mostrar os verdadeiros custos deste Projeto, estão ludibriando. Só como exemplo o Prof. José Fernandes recebe deste projeto em torno de R$ 600.000,00 por mês, sem prestar serviço algum, para quem tentou derrubar o seu projeto de governo é uma bela recompensa.”

Na boca do povo

O escândalo no Detran caiu na boca do povo e virou ringtone, produzido pelo blog novacorja.
Há cinco possibilidades. Confere aí.

Fala, liderança!

Eu não posso tratar isso por telefone.

Se é guerra, é guerra!

Posso falar por telefone?

PABX de Silvestre Selhorst

A bola da vez

Depois de Ariosto Culau, demitido depois de ser flagrado tomando um chope com Lair Ferst, tudo indica que Delson Martini, secretário-geral do governo Yeda Crusius é a bola vez. É forte a pressão pela saída de Martini. Segundo jornalistas que estão cobrindo a CPI do Detran, o secretário pode pedir demissão a qualquer momento.

A situação do secretário se complicou depois da última quarta-feira, quando a CPI do Detran divulgou escutas telefônicas onde ele é citado diversas vezes. De acordo com as conversas, o grupo estaria esperando uma posição de Martini para decidir o que fazer em relção as exigências de Lair Ferst.

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Já que ninguém defende.....


Diante do silêncio dos poucos integrantes da base governista que compareceram ao plenário da Assembléia Legislativa hoje (5) à tarde, foi o deputado Raul Pont quem repudiou a forma grosseira e desqualificada com que envolvidos na fraude do Detran se referem à governadora Yeda Crusius. Segundo o petista, as qualificações usadas são deploráveis e a forma de tratamento mostra o quanto está debilitada "a relação programática entre os partidos governista". Ouça o trecho da gravação em que o ex-diretor da CEEE Antônio Dorneu Maciel "tece elogios" à governadora aqui.

Relações escandalosas

Fatos correlatos ao desvio de recursos do Detran, tornados públicos a partir da divulgação das escutas telefônicas feitas pela Polícia Federal, chamaram a atenção do líder da bancada do PT na Assembléia Legislativa, Raul Pont. Hoje (5) na tribuna, ele classificou de estarrecedor o diálogo entre o ex-diretor do Detran Flávio Vaz Neto e o autitor do Tribunal de Contas do Estado Cézar Santolin. Na conversa, o servidor de carreira do TCE avisa o ex-presidente da autarquia da realização de uma inspeção extraordinária no departamento de trânsito para apurar irregularidades em contratos com fundações. Ouça o áudio.

Hoje

Na reunião de hoje, que começa logo mais às 18h, a CPI do Detran ouvirá a funcionária da UFSM, Rosmari Greff Avila da Silveira e o advogado do Detran, Alexandre Dornelles Barrios. A presença do sócio da Pensant, José Antônio Fernandes, inicialmente prevista para esta quinta-feira, ainda não está assegurada, dependendo de uma avaliação médica que o libere para depor.

Koutzii questiona mandato de Yeda

O ex-deputado Flavio Koutzii acompanhou, ontem, a audiência reunião da CPI do Detran na qual os parlamentares ouviram as escutas telefônicas feitas pela PF. Para o ex- chefe da Casa Civil no governo Olívio Dutra, há elementos suficientes para que se questione o mandato da governadora Yeda Crusius".

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Centro do governo está envolvido

Assim que terminou a audição de 34 gravações das escutas telefônicas realizadas pela Polícia Federal, o deputado Elvino Bohn Gass pediu para o deputado Alexandre Postal assinar o requerimento solicitando a convocação do secretário-geral do governo Yeda, Delson Martini. O peemedebista tinha prometido apoiar a vinda de Martini, caso as gravações deixassem claro a participação do integrante do Executivo, e cumpriu a palavra. Os deputados Cassiá Carpes (PTB) e Carlos Gomes (PSDB), que vinham rejeitando a convocação de Martini, também mudaram de opinião e subscreveram o documento. O placar das votações, que estava em 7 a 5, subiu para 10 a 2. Martini será convocado.

Lair é despistado

A CPI do Detran fez uma pausa para os deputados participarem da sessão plenária e está retornando neste momento. Já foram ouvidas 20 escutas telefônicas e devem ser reproduzidas mais 19 ligações.



Nesta conversa, Silvestre Selhorst e Luís Carlos de Pellegrini, ambos da Fatec, armam um jeito de despistar Lair Ferst, que estava inconformado com sua exclusão do esquema.

Delson, sem dúvida



Uma das conversas telefônicas gravadas pela PF, e ouvidas hoje na sessão extraordinária da CPI do Detran, não deixa dúvidas. Um dos interlocutores - Antônio Dorneu Maciel - diz que já 'botou uma minhoca no Delson'. Abatida depois de ouvir a gravação, a base governista perdeu o argumento de que a pessoa citada se chamava 'Décio' e não Delson, o todo poderoso Delson Martini, secretário-geral do governo Yeda Crusius.

Quem conversa com Maciel é o ex-presidente do Detran, Flavio Vaz Netto. E o amigo que chegou da Europa é Chico Fraga, apontado como defensor dos interesses de Lair Ferst no esquema.

Mais de 80 mil

A Polícia Federal interceptou mais de 80 mil ligações telefônicas realizadas pelos investigados pela Operação Rodin. A CPI está começando, agora, uma reunião para ouvir parte destas gravações.

segunda-feira, 2 de junho de 2008

31 vezes


Todas as vezes em que foi questionado, Antônio Dorneu Maciel disse que nunca tratou de assuntos do Detran com Flavio Vaz Netto. Entretanto, o ex-presidente do Departamento de Trânsito, em seu segundo depoimento à Polícia Federal, citou 31 vezes o nome de Maciel.

Para demonstrar que Maciel não estava falando a verdade, o presidente da CPI recorreu ao próprio depoimento de Maciel à PF, onde este admite ter tratado de duas questões envolvendo o Detran com Flavio Vaz Netto - publicidade e problemas em um CFC em Sobradinho. Sem outra alternativa, Maciel concordou que estes temas foram conversados.

-Mas estes assuntos são referentes ao Detran, argumentou Fabiano Pereira.

Maciel tentou amenizar a contradição e respodeu que não era nada sobre a fraude. Ele também disse que Flávio Vaz Netto "é seu amigo do peito" e andava angustiado.

-O senhor sabe por que? perguntou Fabiano Pereira.

-Deve ser por esta situação que veio à tona depois, respondeu o depoente.

Carceragem

Sobre a chamada turma de Santa Maria, Maciel disse que conheceu "na carceragem". Todos estavam distribuídos em cinco celas.

Tudo gravado


Com base no regimento interno, o presidente da CPI, deputado Fabiano Pereira, determinou que as expressões usadas pelo deputado Pedro Pereira fossem retiradas das notas taquigráficas. O deputado Gilmar Sossella ressaltou: "está tudo gravado".

Baixaria


"Se for preciso, eu mostro o pequeninho". É inacreditável, mas esta foi a resposta do deputado Pedro Pereira (PSDB), o mais barulhento membro da tropa de choque do governo Yeda, quando perguntado se não seria ele o "pequeninho" referido em telefonemas interceptados pela Polícia Federal.

A pergunta foi feita por Antônio Dorneu Maciel, quando confontado com a leitura do teor de uma ligação telefônica da qual ele participava e comentava duas pessoas, uma alta e outra baixa.

Acareação


O deputado Elvino Bohn Gass está propondo uma acareação entre Antônio Dorneu Maciel, que está depondo na CPI, e Rubens Höher, ex-coordenador do projeto Detran na Fundae. Em depoimento à Polícia Federal, Höher afirmou que o flat de Maciel era usado para distribuição da propina e que ele mesmo chegou a levar o dinheiro no local. Maciel negou. Höher também disse que encontrou Maciel "umas cinco, seis vezes". Maciel garante que foram apenas duas. Só colocando os dois frente a frente para saber quem está mentindo.

Que venham as provas


Depois de ouvir o deputado Pedro Pereira dizer que a governadora vendeu um apartamento em Capão da Canoa para comprar a tal casa em Porto Alegre, o deputado Elvino Bohn Gass pediu que o tucano apresente, na próxima sessão da CPI, alguma prova de esta operação foi realizada. "Até hoje não sabemos se este apartamento foi ou não negociado, pois não há registro no cartório de imóveis. Além disso, o apartamento é considerado indisponível pela Justiça. Então, vamos esperar que o deputado traga para esta CPI algum documento comprovando a operação", frisou Bohn Gass.

É impossível tapar o sol com a peneira


Para o presidente da CPI do Detran, o secretário-geral de Governo, Delson Martini, deveria se colocar à disposição da CPI para esclarecer os diálogos interceptados pela Polícia Federal , onde ele é citado. "Não é à CPI, nem à Assembléia que ele deve explicações, mas a todos os gaúchos. Afinal, ele é tesoureiro do PSDB e secretário de Estado, sustentou Fabiano.

Ao defender a convocação de Delson Martini, Fabiano também leu cópias das transcrições de ligações telefônicas interceptadas pelos policiais. Em uma das conversas - entre Flávio Vaz Netto e uma pessoa não identificada, esta pessoa diz para Flavio perguntar para a governadora Yeda Crusius se deveria seguir a orientação de 'Delcio' diante do impasse que estava ocorrendo no Detran.

"Os diálogos são muito claros. Mesmo blindando Martini, com o insustentável argumento que 'Decio' não é 'Delson', os apoiadores de Yeda não vão conseguir tapar o sol com a peneira", argumento Fabiano.

O silêncio diz tudo


Não foi desta vez que a CPI do Detran aprovou a vinda do secretário-geral de Governo, Delson Martini. Um dos autores do requerimento solicitando a convocação de Martni, Elvino Bohn Gass, destaca que, desde o depoimento de Flávio Vaz Netto, está claro que Delson Martini tentou interceder a favor das empresas de Lair Ferst. "Flavio vaz Netto confirmou que Martini pediu explicações sobre o afastamento da Rio del Sur e da Newmark Tecnologia do novo contrato com a Fundae", argumenta Bohn Gass.

O deputado lembra que a base do governo Yeda na CPI disse que só aprovaria a convocação do secretário caso surgissem fatos novos. E eles apareceram nas transcrições das escutas telefônicas feitas pela PF. Em uma destas conversas, entre Flávio Vaz Netto e uma pessoa não identificada, esta diz que vai mandar 'Décio' resolver uma pendência. A pessoa não identificada, segundo documentos, seria Antônio Dorneu Maciel.

"Ao ser reinquirido pela PF, Flávio Vaz Netto ainda reafirmou que Delson Martini tinha ciência das exigências de Lair Ferst. Entretanto, mesmo com todas estas evidências, a base de Yeda novamente impediu Martini de prestar esclarecimentos à CPI", criticou Bohn Gass.

Maciel depõe hoje


A CPI do Detran ouve logo mais o depoimento do ex-diretor da CEEE e ex-tesoureiro do PP, Antônio Dorneu Maciel, apontado como peça-chave no esquema. Conforme a Polícia Federal, o dinheiro desviado da autarquia era distribuído no flat de Maciel.