sexta-feira, 30 de maio de 2008

Persistência

O deputado Elvino Bohn Gass não desistiu de ver o secretário-geral de Governo, Delson Martini, sentado no banco das testemunhas da CPI.

Sem condições psíquicas

Em seu depoimento ontem à CPI, o assessor da Fenaseg, Fabiano Campelo, não usou meias palavras para definir os diretores do Detran. "Se fosse gente com condições psíquicas normais, não faria isso", afirmou, referindo-se ao desvio dos recursos repassados pela entidadade ao Departamento de Trânsito.

Devido à gravidade da situação, o presidente da CPI do Detran, deputado Fabiano Pereira, irá chamar o presidente da Fenaseg para depor.

Eu sei o que vocês fizeram nos anos passados

Novas provas que chegaram à CPI não deixam pedra sobre pedra. A situação, que já está difícil, vai ficar insustentável para alguns dos chamados tubarões.

Blogosfera indignada


Comentários lidos em vários blogs demonstram a indignação dos cidadãos com a aposentadoria do ex-presidente do Detran, Flavio Vaz Netto, concedida poucos dias depois dele ser preso pela Polícia Federal.

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Sindicância fria, aposentadoria quente


As duas sindicâncias realizadas pelo governo do Estado para averiguar possíveis irregularidades no Detran não deram em nada. A primeira foi realizada em função da mudança da Fatec para a Fundae como prestadora de serviços ao Detran; a segunda para investigar contrato firmado entre o Detran e a Tops Consultoria Empresarial. As conclusões das duas sindicâncias não apontam a responsabilidade de ninguém, portanto não atendem ao interesse público.

A Tops foi contratada sem licitação para fornecer 150 palmtops para o Detran e desenvolver os softwares usados nestes aparelhos. A Procergs estava em condições de prestar este mesmo serviço ao Estado quase de graça. Mesmo assim, o presidente do Detran na época, Flávio Vaz Netto, descartou a companhia, optando pela Tops, que cobraria do Estado R$ 5,8 milhões.

Conforme notícia publicada hoje na zh online, Flávio Vaz Netto tinha conhecimento sobre o elevado custo da operação. Servidores do Detran relataram que chegaram a chamar a atenção sobre a inviabilidade de mudança do sistema de infrações tradicional para o informatizado, com uso de palmtops.

Mesmo assim, Flávio Vaz Netto escapou ileso das conclusões da sindicância. Com isto, ele conseguiu manter sua aposentadoria como procurador do Estado.

Nova fraude pode ter favorecido campanhas eleitorais


Mais uma forte suspeita de irregularidade ronda o Detran. Conforme a deputada Stela Farias, verbas repassadas pela Federação Nacional das Empresas de Seguros Privados (Fenaseg) para a autarquia não foram aplicadas conforme a determinação do Código Nacional de Trânsito. De acordo com a legislação, estes recursos – oriundos do seguro obrigatório pago anualmente pelos motoristas – devem ser destinados a programas educativos de trânsito, prevenção de acidentes ou aparelhamento de delegacias de trânsito. Não foi isto o que aconteceu.

Entre os pagamentos encontrados, há registros para Alexandre Barrios (R$ 250 mil, incluindo os sócios do escritório), denunciado como integrante da quadrilha que fraudou o Detran, para Newmark Tecnologia e para Rio Del Sur, ambas pertencentes à família de Lair Ferst. “

Os dados são preliminares, mas Stela não exclui a possibilidade do desvio ter favorecido campanhas eleitorais. “Em 2006, ano eleitoral, estes gastos aumentaram significativamente. Somente em dezembro de 2006 há uma despesa de R$ 500 mil com a locação de veículos, o que precisa ser melhor investigado”.

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Pauta


Na reunião de amanhã, a CPI deverá ouvir os depoimentos de Fabiano Campelo (assessor da Fenaseg); Eduardo Redlich João e Marco Aurélio Trevizani (contadores de Lair Ferst). A reunião inicia às 18h, no plenarinho da Assembléia.

Crime não resiste ao Estado organizado

O presidente da CPI, Fabiano Pereira, entende que o desfecho da Operação Rodin, com a denúncia de 40 pessoas por desvio de recursos no Detran, demonstra que o Estado, quando se organiza, tem todas as condições de combater o crime organizado. "A integração da Polícia Federal, do Ministério Público Federal, do Ministério Público de Contas, da Receita Federal e de outros órgãos conseguiu desmanchar esta quadrilha que assaltou o Detran por cinco anos e impedir a expansão desta rede de corrupção para outros estados e outros setores, como a inspeção veicular", avaliou o deputado.

Fabiano também destacou a importância da juíza Simone Barbisan Fortes ter decidido tornar públicos os documentos que embasaram a denúncia e a intenção de concluir o julgamento dos réus em um ano. "A juíza quer agilizar este processo e a CPI também. A justiça está interessada nos aspectos criminais do desvio de dinheiro e CPI quer apurar as responsabilidades políticas e adminsitrativas de todos os agentes que sabiam do que estava acontecendo e não tomaram providências", indicou o parlamentar.


terça-feira, 27 de maio de 2008

Ameaça velada?


"Hoje eu tenho mais força para destruir do que para construir". Esta frase, dita por Lair Ferst ainda na primeira parte do seu depoimento, soou como uma ameaça velada do lobista, um alerta geral sobre o seu poder de fogo.

Já no final da reunião, Lair reclamou que foi abandonado por seu partido, o PSDB, só encontrando solidariedade nos amigos.

O Detran e os 40 ladrões


Conforme havia prometido, a juíza Simone Barbisan Fortes anunciou hoje que aceitou a denúncia contra 40 das 44 pessoas apontadas pelo Ministério Público Federal como responsáveis pela fraude no Detran. Os quatro excluídos da denúncia são Ronaldo Etchechury Morales, ex-presidente da Fatec; Luis Felipe Tonelli de Oliveira, Sérgio de Moraes Trindade e Jorge Alberto Viana Hossler.

Cai o sigilo

A juíza também suspendeu o sigilo sobre o processo, excluindo-se o sigilo bancário e fiscal dos denunciados, além de parte dos conteúdos de escutas telefônicas. Assim, a peça de denúncia elaborada pelo Ministério Público Federal torna-se pública a partir de hoje.

Vida real



Em intervenção final na sessão de ontem da CPI, o deputado Fabiano Pereira mostrou o perfil de vítima não se encaixa em Lair Ferst.

Elogios?


Lair Ferst reclamou que os deputados não elogiaram sua disposição de responder todas as perguntas que foram feitas. "Eu tenho visto os depoimentos, os deputados sempre cumprimentam as testemunhas dispostas a coloborar com a CPI. O deputado Elvino Bohn Gass é o primeiro a destacar a importância dos depoentes falarem e eu não recebi nenhum elogio".

"Da minha parte, eu acho que o senhor não está merecendo elogios, pois não está falando tudo o que sabe e está escondendo o jogo", rebateu a deputada Stela Farias.

Versão de Lair não pára em pé


Está cada vez mais difícil para Lair Ferst continuar sustentando que não tem nada a ver com a fraude no Detran. A deputada Stela Farias, que está falando neste momento, revelou que Ferst teve contas pessoais pagas pela empresas Rio del Sur, de propriedade da sua irmã.
Conforme Stela, viagens, planos de saúde, veículos e até o supermercado de Lair Ferst e sua família foram pagos pela Rio del Sur.

Um dos primeiros deputados a inquirir Ferst, Elvino Bohn Gass já tinha feito estas perguntas ao lobista, incluindo na lista as contas de cartão de crédito e doações em dinheiro. Lair Ferst não respondeu, alegando que estas questões estão sob sigilo.

Quase sete horas depois desta primeira resposta, ele disse que estas negociações têm caráter "apenas familiar".

segunda-feira, 26 de maio de 2008

A 'procuraçãozinha'

Clique nas imagens para ampliar.

Durante todo seu depoimento, que prossegue na CPI, Lair Ferst sustentou que não era o verdadeiro dono das empresas Newmark Tecnologia e Rio del Sur, mas admitiu que tinha uma "procuraçãozinha" da Rio del Sur. O presidente da CPI, Fabiano Pereira, exibiu o documento que dá amplos poderes a Lair Ferst administrar a Rio del Sur.

As contradições de Lair



Amparado por comentários elogiosos das sucessivas entrevistas que concedeu entre ontem e hoje, Lair Ferst chegou na Assembléia seguro de que sairia ileso após seu depoimento à CPI. Não está sendo bem assim. Questionado pelos deputados, as contradições apareceram:

O chope com Culau

Diferente de Ariosto Culau, que negou ter tratado do caso Detran enquanto tomavam um chope, Ferst disse que o ex-secretário falou “que estava livre da força-tarefa dos contratos”. O assunto foi falado. Alguém está mentindo.

A indicação da Fatec

O ex-presidente do Detran, Carlos Ubiratan dos Santos, disse que a Fatec foi contratada porque foi a única que preencheu os requisitos. Agora, Lair Ferst admitiu que indicou a Fatec para Carlos Ubiratan, seu amigo há mais de 30 anos. Depois de sugerir que o Detran contratasse a fundação de Santa Maria, Lair foi contratado pela Fatec. Ferst também admitiu que indicou as empresas Newmark Tecnologia e Rio Del Sur, de propriedade da sua família, para trabalhar para a Fatec. Novamente, alguém está mentindo.

A relação com Chico Fraga

Diferente do que afirmou duas vezes à CPI o ex-secretário-executivo da Fatec, Silvestre Selhorst, Lair Ferst negou que o secretário-geral de Governo da prefeitura de Canoas, Chico Fraga, tenha intercedido a seu favor quando o contrato do Detran com a Fatec foi rompido e a Fundae assumiu. Nesta troca, as empresas dos Ferst foram excluídas. Selhorst sustenta que Chico Fraga tentou negociar uma compensação para Lair Ferst que giraria em torno de R$ 120 mil por mês, isto é, 6% do valor do contrato entre a Fundae e o Detran. De novo, alguém mente.

A militância no PSDB

Lair disse que era um militante de base do PSDB. Entretanto, indicou um imóvel para abrigar o comitê de campanha de Yeda Crusius e assinou como testemunha do contrato de locação do imóvel. Lair Ferst também admitiu que uma sala alugada pela Newmark foi usada para reuniões da chapa encabeçada pela deputada Zila Breitenbach para o diretório do PSDB. Desta chapa, que foi vitoriosa, também participou a governadora.

Contrabando

A deputada Stela Farias sugeriu que a prorrogação da CPI por mais 30 dias foi encarada pelos deputados da base governista como um pacote; eles aceitaram aumentar o prazo para os trabalhos da comissão, mas rejeitaram todos os requerimentos propondo que a CPI ouça novas testemunhas.

"Não estamos procurando chifre em cabeça de cavalo, como diz o deputado Pedro Pereira (PSDB), mas tentando prosseguir as investigações", argumentou Stela Farias quando Pereira contestou a necessidade da CPI convocar o secretário-geral de Governo, Delson Martini.

Para o deputado Elvino Bohn Gass, o comportamento da base do governo é contraditório. "Eles criticam a CPI e dizem que não houve avanços em relação às investigações da Polícia Federal e do Ministério Público. Mas quando queremos ampliar o trabalho, eles votam contra".

Expectativa



O presidente da CPI, deputado Fabiano Pereira, falou à TV Assembléia sobre sua expectativa em relação ao depoimento de Lair Ferst, que deve começar assim que encerrar a votação dos requerimentos.

Unanimidade

Depois de uma grande polêmica travada no último mês, a CPI aprovou, por unanimidade, o pedido de prorrogação dos trabalhos por 30 dias. A solicitação, agora, será encaminhada ao plenário, que deverá ratificar o pedido da comissão.

Lair antecipa estratégia de defesa

Há seis meses sem falar com a imprensa, Lair Ferst escolheu a dedo o dia de conversar com o jornal Zero Hora. Na entrevista, publicada na edição de hoje, o lobista antecipa sua estratégia de defesa e nega todas as acusações que pesam sobre ele. Tudo indica que o depoimento à CPI, logo mais à tarde, seguirá esta mesma linha.

Apesar de Lair não admitir, as provas de que ele é o verdadeiro dono das empresas Newmark Tecnologia e Rio del Sur são incontestáveis; o movimento financeiro das empresas atesta isto. Os indícios são de que a Newmark era usada para distribuir a propina para os outros integrantes da quadrilha e a Rio del Sur destinava a propina só para Lair.

Ele também nega a condição de lobista, mas revela que indicou a Fatec para Carlos Ubiratan dos Santos e a Newmark e a Rio del Sur para a Fatec.

Além de Lair Ferst, a CPI ouve também suas irmãs Rosana Ferst e Elci Ferst.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Tu tens vontade? Eles têm as mansões



Lair Ferst, Chico Fraga, Alfredo Telles (cunhado de Ferst) e Patrícia Bado dos Santos (mulher de Bira, ex-presidente do Detran) têm algo mais em comum, além do fato de terem sido denunciados pelo Ministério Público Federal como integrantes da quadrilha que assaltou o Detran.

Todos moram em mansões.

Também há outro ponto em comum: nenhum acertou na mega-sena.

Só a Rio Del Sur, que tem Lair Ferst como verdadeiro dono, e é uma das empresas que mais lucrou com o contrato Detran/Fatec, possui três imóveis de luxo, dois deles avaliados em mais de R$ 1 milhão.

A governadora também faz parte do seleto grupo de assalariados que conseguem comprar residências com valor de mercado superior a R$ 1 milhão.

Difícil mesmo deve ser escolher a casa na hora das festas.

Roubo de R$ 44 milhões vira briga de comadre


A governadora Yeda Crusius deveria ter pensando duas vezes antes de chamar a imprensa para contestar o ex-secretário Enio Bacci, pois só piorou as coisas para o seu lado.

Primeiro, confirmou que avisada dos problemas no Detran e não mandou investigar; depois, acabou caindo em contradição e disse que Bacci, na época, não fez qualquer denúncia. Por fim, classificou o mais grave escândalo envolvendo desvio de dinheiro público registrado no Rio Grande do Sul como “briga de comadre e bate-boca".

É, tem dias que é melhor nem levantar da cama.

Yeda admite que sabia do Detran


A governadora Yeda Crusius se complicou ao tentar rebater as afirmações feitas pelo ex-secretário de Segurança, Enio Bacci, na CPI. Em seu depoimento à comissão, Bacci disse que avisou a governadora das irregularidades no Detran. Ao contestá-lo, Yeda acabou confirmando que foi alertada.

-Eu pedi que ele tomasse uma atitude. Se ele não o fez, que não venha jogar no meu colo - afirmou ela.

Bem, estão não restam dúvidas de que a governadora foi avisada e que não fez nada.

Melhor que nada


O deputado Elvino Bohn Gass acha que o ideal seria prorrogar a CPI por 60 dias, mas entende que os 30 dias a mais, garantidos pelo acordo entre os membros da comissão, são melhor do que nada. "Entre encerrar o trabalho de forma abrupta e pela metade e ter mais tempo para aprofundar as investigações, é óbvio que a segunda opção é melhor", afirmou o petista.

Chico, vê se te 'fraga'


O secretário de Governo da prefeitura de Canoas, Chico Fraga, resolveu se esconder e disse que não vai participar da acareação marcada pela CPI para hoje entre ele, o ex-diretor da Fatec, Luiz Carlos de Pellegrini, e o ex-secretário executivo da Fatec, Silvestre Selhorst.

Espertamente, Chico disse que só aceita acareação na Polícia Federal. Só que PF já encerrou as investigações.

Se, realmente, Chico Fraga não comparecer, o presidente da CPI, Fabiano Pereira, irá ler o depoimento prestado anteriormente por Fraga à CPI, identificando as contradições com as informações fornecidas por Pellegrini e Selhorst.

Irmão de José Otávio depõe hoje


Logo mais, a partir das 18h, a CPI do Detran fará sessão extraordinária para ouvir a atual presidente da Detran, Estella Maris Simon, e o irmão do deputado José Otávio Germano, Luiz Paulo Rosek Germano, que prestava serviços ao escritório Carlos Rosa Advogados Associados. Ambos foram denunciados pelo MP.

terça-feira, 20 de maio de 2008

Lair na segunda, Maciel na quinta


Um dos depoimentos mais aguardados da CPI, o de Lair Ferst, está marcado para a próxima segunda-feira, dia 26. Na quinta, dia 29, será a vez a Antônio Dorneu Maciel.

Muita fumaça pode ser fogo

Uma das pessoas que o ex-secretário de Segurança, Enio Bacci, sugeriu à CPI para ser ouvida é
Américo Cidade, ex-diretor do Protege, o programa de proteção a testemunhas. Segundo Bacci, Cidade o procurou com denúncias de que verbas federais direcionadas ao programa estavam sendo desviadas. "Não é um tema relacionado diretamente à fraude no Detran, mas à turma que mandava na secretaria", apontou.

Conselheiros do Protege também identificaram irregularidades na prestação de contas dos recursos gerenciados pelo programa e encaminharam o caso ao Ministério Público e ao comando da Brigada Militar.


A favor da prorrogação


69% das pessoas que responderam a pesquisa interativa realizada ontem pelo programa Conversas Cruzadas, da TVCom, são a favor da prorrogação da CPI do Detran. Os deputados Elvino Bohn Gass (PT), Paulo Azeredo (PDT), Cassiá Carpes (PTB) e Pedro Pereira (PSDB)participaram do debate.

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Delson Martini é blindado por aliados de Yeda


Apesar de ter sido chefe de duas pessoas denunciadas pelo Ministério Público - Carlos Dahlem da Rosa e Antônio Dorneu Maciel; da primeira ter recebdido oito meses sem trabalhar; da existência de interceptações telefônicas onde ele aparece defendendo os interesses de Lair Ferst; dos e-mails que tem recebido de Flávio Vaz Netto pedindo audiência para tratar de questões do governo e de estar se negando a conceder entrevistas com medo de ser perguntado sobre as CPI do Detran, o secretário-geral do governo Yeda, Delson Martini, não será convocado pela CPI. O requerimento, assinado pelos deputados Fabiano Pereira, Elvino Bohn Gass e Stela farias foi rejeitado por sete votos a cinco, mesmo placar de todas as outras votações, inclusive os pedidos de prorrogação da CPI por 60 e 40 dias.

CPI rejeita convocação de Laranja


A CPI rejeitou, por sete votos a cinco, a convocação do empresário Eduardo Laranja para depor. Laranja era o proprietário da casa comprada pela governadora Yeda Crusius em dezembro de 2006. Avaliada em mais de R$ 1 milhão, a residência foi comprada por R$ 750 mil. Votaram contra a convocação de Laranja os deputados Adilson Troca (PSDB), Gilberto Capoani (PMDB), Alexandre Postal (PMDB), Marco Peixoto (PP), Pedro Westphalen (PP), Carlos Gomes (PPS) e Cassiá Carpes (PTB)

Justiça libera cópia de denúncia à CPI


A juíza Simone Barbisan Fortes liberou à CPI cópia da denúncia feita pelo Ministério Público Federal contra 44 pessoas acusadas de participarem da fraude no Detran. O presidente da CPI, deputado Fabiano Pereira, destaca que, a partir de agora, a comissão terá acesso às provas que embasam cada uma das denúncias.

Mais do que papagaio


Rebaixado pela governadora a papagaio de pirata, não restam dúvidas de que Lair Ferst teve um papel fundamental na campanha de Yeda Crusius ao Palácio Piratini e na fraude no Detran. Segundo o ex-secretário Enio Bacci, que ainda está depondo na CPI do Detran, Ferst foi um dos arrecadadores da campanha do PSDB no segundo turno. Dias atrás, foi revelado que Ferst também assinou como testemunha no contrato de locação do imóvel que foi usado como comitê eleitoral da tucana.

Prevaricação e improbidade administrativa


Yeda sabia das sistemistas, sabia da fraude no Detran e manteve as condições para a continuidade das irregularidades que representaram um rombo de R$ 1 milhão ao mês nos cofres públicos. A conclusão é do deputado Elvino Bohn Gass.

O petista lembrou que o ex-presidente do Detran, Flávio Vaz Netto, admitiu à CPI que falou das sistemistas com a governadora. Agora, o ex-secretário de Segurança, Enio Bacci, confirmou que avisou Yeda dos problemas no órgão e que a governadora, não só não tomou nenhuma providência, como manteve funcionários apadrinhados por José Otávio Germano na secretaria e no Detran. Segundo Bacci, de 350 cargos da SJS, ele só teve o direito de indicar 5.

Para Bohn Gass, a omissão da governadora configura prevaricação e improbidade administrativa.

Lair Ferst ajudou DP para aliviar Bira

Mais uma forte revelação de Enio Bacci: Lair Ferst procurou a 17ª DP, chefiada pelo delegado Alexandre Vieira, e fez doações de equipamentos, como ar-condicionados. O motivo da visita de Ferst à delegacia foi saber dos motivos que levaram a convocação do ex-presidente de Detran, Carlos Ubirantan dos Santos. Na DP, Lair Ferst apresentou-se como representante de Bira.

O deputado Elvino Bohn Gass ficou estarrecido com a informação. "Lair Ferst atuou como precursor de Bira e ofereceu ajuda para melhorar as instalações da delegacia. Isto me permite supor que esta não foi a única vez que Ferst usou seu poder econômico para conseguir seu objetivo", disse Bohn Gass.

República de Canoas


"Antes de tomar qualquer decisão que envolva Canoas, fale comigo". A orientação, segundo Enio Bacci, foi feita pela governadora Yeda Crusius quando ela ficou sabendo da intenção do ex-secretário de Segurança de fazer mudanças em delegacias de Canoas. "Eu queria dar uma mexida, injetar sangue novo onde o pessoal já estava acomodado, com delegados trabalhando há 15 anos no mesmo local. Mas não deu para alterar nada em Canoas, Logo depois, fui exonerado", contou Bacci aos deputados.

Perguntado pelo deputado Elvino Bohn Gass se ele sabe por que a governadora teve este zelo especial com Canoas, Bacci respondeu que acha que foi em função do apoio político dado pelo prefeito Marcos Roncheti.

Acareação


O ex-secretário de Segurança, Enio Bacci, está há quase três horas depondo e disse que concorda com uma acareação com seu antecessor, deputado José Otávio Germano. A proposta foi feita pelo deputado Cassia Carpes (PTB). "Em três meses consegui ver tudo que não foi visto em quatro anos. Seria interessante uma acareação", entende Bacci.

Assessoria de Feijó contesta informação de Bacci


A assessoria do vice-governador informou que Paulo Feijó não se colocou à disposição da comissão para depor. Feijó confirmou, entetanto, que conversou com Bacci, mas não cogitou sua ida à CPI. A não ser que tenha algum fato novo.

Cunhado de José Otávio era responsável pelos contratos do Detran

A CPI deve convocar Leonardo Elesbão e sua esposa Juliana Bernardes Elesbão, ambos cunhados do deputado José Otávio Germano. A sugestão foi feita pelo ex-secretário de Segurança Enio Bacci. Leonardo trabalhou como coordenador de todos os contratos firmados pelo Detran entre 2003/2005. "Tenho informações, que precisam ser checadas, que Leonardo Elesbão mantinha uma conta bancária específica para a campanha eleitoral", indicou Bacci, propondo a quebra do sigilo bancário de Elesbão para confirmar ou não a suspeita.

Na opinião de Enio Bacci, uma auditoria nos contratos mantidos pelo Detran mostrará que mais da metade tem irregularidades. "Ou apresentam superfaturamento ou são desnecessários ou tem outros problemas", avaliou. Um dos contratos, de locação de 12 carros, custava R$ 40 mil à instituição, isto é, R$ 480 mil por ano.

Já Juliana Elesbão é irmã da esposa de José Otávio Germano e sócia de Léa Ramos da Rosa, esposa de Carlos Dahlem da Rosa, em uma empresa de turismo.

Em seu depoimento, Carlos Rosa disse que não lembrava o nome da sócia da sua esposa. Questionado sobre a existência da empresa, José Otávio também foi evazivo.

Paulo Feijó quer depor na CPI


O vice-governador Paulo Feijó quer depor na CPI. A revelação foi feita há pouco pelo ex-secretário de Segurança, Enio Bacci. Conforme ele, Feijó tem informações importantes sobre as finanças da campanha de Yeda Crusius no primeiro turno, quando o vice atuou como arrecadador.

Enio Bacci afirmou que Paulo Feijó lhe falou que ao ver em uma planilha de custos o valor de R$ 6,5 milhões para pagar o marqueteiro Chico Santa Rita achou a soma exagerada e comentou o fato com o próprio Santa Rita. A resposta do publicitário surpreendeu o candidato a vice.

- Me pediram para colocar este valor, mas por R$ 1 milhão eu faço.

Bacci revelou que, segundo lhe disse Paulo Feijó, no segundo turno quem trabalhou como arrecadador foi Lair Ferst, fato que tem sido negado pela governadora.

Outras pessoas que querem vir à CPI, de acordo com Bacci, são:

Carlos Dirnei Fogaça, que trabalhou como secretário-executivo de Antônio Dorneu Maciel durante 13 anos e teria informações, inclusive, sobre a fraude dos selos na Assembléia;

Delegado Weber, ex-corregedor do Detran;

Wilson Signatti, ex-deputado federal que, segundo Bacci, tem informações sobre "a máfia comandada por Antônio Dorneu Maciel.

Um dia depois, a mudança


-Preciso fazer uma limpa no Detran.

-Vá em frente.

O diálogo, segundo Ênio Bacci, ocorreu em uma tarde do ano passado entre ele e a governadora. Com o aval de Yeda, Bacci cogitou a constituir uma diretoria supra-partidária no Detran que realizaria uma auditoria em todos os contratos do órgão, não só com a Fatec.

No outro dia, conforme o ex-secretário, ele recebeu um telefonema do ex-chefe da Casa Civil, Luis Fernando Zachia, mandando cancelar qualquer alteração do Detran porque a autarquia seria transferida da pasta da Segurança para a Administração.

Até hoje Bacci não sabe os motivos que justificaram a mudança.

Mais tensão


Há meia hora depondo, o ex-secretário de Segurança Pública Ênio Bacci anunciou que vai apresentar mais oito nomes para serem ouvidos pela CPI do Detran. Três deles devem ser convocados. Os outros, segundo Bacci, querem falar espontameamente.

A declaração de Bacci causou tensão no ambiente.

MD Segurança também atuou no Detran


Ênio Bacci revelou que a empresa MD Segurança, que tem como procurador Lair Ferst, trabalhava no Detran antes da sua gestão, isto é, na gestão de José Otávio Germano.

A MD Segurança também foi contratada para trabalhar na prefeitura de Canoas e na Corsan.

Segundo ele, a empresa que substituiu a MD Segurança - a Vigilância Pedroso - recebia R$ 180 mil por mês, valor que Bacci considerou abusivo.

O pior bandido está dentro do governo


O deputado federal Ênio Bacci disse que quando recebeu o convite da governadora para ocupar a Secretaria de Segurança, foi claro:

-Não estou atrás de emprego, estou no meu quatro mandato como deputado federal e ganho muito bem como advogado criminalista. Agora, se é para colaborar com a redução da criminalidade com tolerância zero, estou à disposição.

Bacci disse que imprimiu esta orientação à sua gestão. “O pior bandido não é o ladrão de galinha, mas aquele que está dentro da corporação, ou pior, dentro do governo”, apontou o ex-secretário.

Bacci reafirma que avisou Yeda


Deve começar dentro de alguns minutos o depoimento do ex-secretário da Segurança Pública Enio Bacci (PDT). Neste momento, o deputado federal está concedendo entrevista coletiva, onde reafirma que avisou a governadora Yeda Crusius sobre as irregularidades existentes no Detran. Segundo Bacci, a governadora lhe disse para apresentar as denúncias por escrito, que de outra forma ela não queria saber.

“Foi semelhante quando o vice-governador comentou os problemas no Banrisul; ela disse que não queria saber. Ora, uma governadora não pode se omitir nestes momentos. Ela tem obrigação de querer saber de tudo”, avaliou Bacci.

Para o deputado Elvino Bohn Gass, se ficar comprovado que a governadora tinha conhecimento da corrupção infiltrada no Detran, Yeda pode ser acusada de improbilidade administrativa ou prevaricação.

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Advogado da fraude


Quem assisitiu o depoimento de Carlos Dahlem da Rosa ontem na CPI entende perfeitamente porque o Ministério Público não só denunciou o advogado à Justiça como o classificou como cabeça de um dos seis núcleos que gestaram a fraude no Detran.

Carlos Rosa ganhou R$ 5 milhões da Fatec; recebeu sem trabalhar durante oito meses depois de ser cedido da CEEE para a Casa Civil, durante o governo Yeda; é amigo íntimo da família de José Otávio Germano; disse que mantém relações cordiais com Lair Ferst e já foi advogado da Newmark Tecnologia, da Pensant, da Fundae, da Rio del Sur, além da própria Fatec.

Com exceção das fundações, todas as outras empresas foram sistemistas do Detran. Conforme a Polícia Federal, foi a partir de contratos superfaturados com as sistemistas que sobrou dinheiro para distribuir a propina.

Carlos Rosa é acusado de formação de quadrilha; locupletação por falta de licitação; peculato e corrupção ativa.

Amnésia temporária


Sempre que lhe convinha, o advogado Carlos Dahlem da Rosa não lembrava dos fatos durante seu depoimento ontem na CPI do Detran. Uma das coisas informações que ele esqueceu foi quem era a sócia da sua esposa na empresa de turismo Up Tour.

Perguntado pelo deputado Raul Pont se a esposa do deputado José Otávio Germano era sócia da sua mulher, ele disse que não lembrava o nome, mas com certeza não era a esposa de José Otávio. Convenhamos, ou a pessoa tem certeza ou não lembra. Ele conseguiu as duas coisas.

Depois, quando o vice-presidente da CPI, deputado Paulo Azeredo, leu a cópia do contrato registrado na Junta Comercial e anunciou que a sócia era a irmã da esposa de José Otávio Germano, ou seja, cunhada do deputado, Carlos Rosa confirmou.

-Mas o senhor não lembrava e agora lembrou? perguntou Azeredo.

-Isto mesmo, respondeu Rosa.

Carlos Rosa deu R$ 14 mil para campanha de Zé Otávio

Ele disse que não lembrava, mas diante de um documento do TSE não teve como negar. Em 2002, Carlos Dahlem da Rosa contribuiu com R$ 14 mil para campanha de José Otávio Germano. Outro denunciado pelo Ministério Público que ajudou o deputado federal foi o ex-presidente do Detran, Carlos Ubiratan dos Santos. Em 2006, Bira deu R$ 9 mil para a campanha do amigo.

R$ 5 milhões para nada

Apesar de Carlos Dahlem Rosa ter se recusado a responder quanto ganhou no contrato com a Fatec, sabe-se que, em valores atualizados, esta soma chegou a R$ 5 milhões em 44 meses. Mesmo assim, ainda é um mistério as funções que o escritório do advogado desempenhava.

No seu depoimento à CPI, Carlos Rosa disse que atuava na prevenção de demandas trabalhistas. Entretanto, admitiu que não conhecia os contratos firmados entre a Fatec e as outras empresas sistemistas, não sabia do Fundo de Pensão mantido pela fundação e nem participou das negociações com os examinadores quando da transição dos contratos da Fatec para a Fundae.

A conclusão óbvia é que o advogado ganhou R$ 5 milhões sem contrapartida, sem realizar o trabalho para o qual foi contratado.

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Sem consenso


Acabou sem nenhuma decisão a reunião ocorrida no final da manhã de hoje para discutir a proposta de relator da CPI do Detran, Adilson Troca, de cronograma de trabalho para a CPI. "Era uma proposta inexeqüível. Foi uma clara demonstração de que não vamos aceitar nenhuma manobra para abafar as investigações que a CPI vem fazendo”, avaliou o presidente Fabiano Pereira.

Na próxima segunda-feira (19) a CPI votará o requerimento do vice-presidente Paulo Azeredo solicitando a prorrogação dos trabalhos. Se aprovado, o plenário analisará a proposta.

Amigo de José Otávio depõe hoje


Carlos Dahlem da Rosa, amigo de longa data do deputado José Otávio Germano e dono do escritório Carlos Rosa Advogados Associados, depõe logo mais na CPI do Detran.

Carlos Rosa tem uma extensa ficha de serviços prestados ao PP. Servidor da CEEE desde os anos 80, foi cedido à Assembléia para assessorar José Otávio quando ele presidiu a Assembléia. No governo Yeda, cedido à Casa Civil, não aparecia não para trabalhar. Quem atestava a efetividade de Rosa na CEEE era Antônio Dorneu Maciel, que dirigiu a Assembléia Legislativa na gestão de José Otávio. No escritório de Carlos Rosa,trabalhou trabalhou Luís Paulo Germano, o Buti, irmão de José Otávio Germano.

Carlos Rosa é um dos 39 indiciados pela Polícia Federal por envolvimento com a fraude no Detran. Seu escritório atuou como sistemista da Fatec.

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Fabiano defende prorrogação da CPI




Em entrevista coletiva concedida hoje, o presidente da CPI, deputado Fabiano Pereira, explicou os motivos que justificam a prorrogação dos trabalhos da CPI.

Ainda a casa da governadora


O presidente da CPI, deputado Fabiano Pereira, solicitou hoje vários esclarecimentos sobre a compra da casa da governadora em dezembro de 2006.

A governadora comprou a residência em Porto Alegre dia 6 de dezembro de 2006. Avaliada em R$ 900 mil pela prefeitura da capital, a casa de 467 metros quadrados, construída sobre um terreno de 645 metros quadrados, foi adquirida por R$ 750 mil. Bairro de luxo da capital, Chácara das Pedras, onde se situa a residência da governadora, caracteriza-se por abrigar mansões com avaliação de mercado girando em torno de R$ 1,3 a R$ 1,5 milhão.


1. A governadora pagou um preço muito inferior ao avaliado pela prefeitura e ao valor praticado no mercado. Por quê?

2. Como a governadora juntou os recursos necessários e a origem dos mesmos para a aquisição do imóvel, já que o montante de seu patrimônio e de seu marido eram insuficientes?

3. Por que, no dia 06 de dezembro de 2006, data da compra da casa, a governadora fez uma parte do pagamento em dinheiro e outra em cheque? Por que não pagou tudo com cheque? Como foi arrecadado o valor em dinheiro? De que conta corrente saiu?

4. Quando e como será paga a dívida assumida com o antigo proprietário, Sr. Eduardo Laranja?

5. Como comprar uma casa de alguém que possui contra si 65 processos de execução judicial? Que instituição financeira autorizou o empréstimo? Foi empréstimo de pessoa física, de algum amigo?

6. Como e quando se deu a quitação da alienação fiduciária que garantia o financiamento, junto a Caixa Econômica Federal, de seu apartamento em Brasília?

7. Como poderia ter a governadora vendido seu apartamento em Capão da Canoa se o mesmo nunca esteve no nome da governadora e é considerado indisponível pela Justiça desde 2002?

8. A reforma da casa adquirida pela governadora, está registrada na prefeitura? Qual o protocolo?

9. Quem trabalhou na reforma da casa da governadora?

Lair Ferst foi testemunha na locação de comitê do PSDB

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O empresário e lobista Lair Ferst assinou como testemunha no contrato de locação do imóvel usado como comitê eleitoral da então candidata ao governo do Estado, Yeda Crusius (PSDB). A revelação foi feita pelo presidente da CPI do Detran, Fabiano Pereira, durante entrevista coletiva onde o deputado defendeu a necessidade da prorrogação dos trabalhos da comissão por mais 60 dias.

O documento exibido pelo petista é mais um elemento que mostra que Lair não era um militante do tucano do terceiro escalão, como sugere a governadora, mas alguém presente e com participação ativa em momentos importantes da campanha eleitoral.

Totalmente inviável


Vinte e nove depoimentos e mais uma acareação em nove dias. É isto que propõe o cronograma proposto pelo relator da CPI, Adilson Troca. Para o nosso leitor ter uma idéia da impossibilidade deste plano, aí vão algumas informações:

1. As cinco sessões de quinta-feira realizadas até agora somaram, aproximadamente, 39 horas. Foram ouvidas treze pessoas: média: 3 horas por depoente. Se proposta de Troca for aprovada, as sessões terão uma duração média de 10 horas; iniciando por volta das 18 horas e encerrando em torno de quatro da manhã.

2. Há, ainda, um indicativo de acareação no dia 29 de maio, às18 horas. O problema é que a proposta estabelece, na manhã seguinte, uma oitiva de mais quatro pessoas.

3. Se acareação iniciar às 18 horas, deve estender-se até às 3 da manhã. Poucas horas depois, os deputados e toda a equipe deverão estar de volta à Assembléia para participar de uma sessão com quatro depoentes. Seriam mais doze horas. Muito provavalmente, a CPI completaria 24 horas de depoimentos, com quatro de descanso.

4. A proposta ignora a rotina dos deputados da Casa, que às terças, quartas e quintas devem comparecer às comissões temáticas e ao plenário. Ignora, também, o trabalho das assessorias técnicas, imprensa e demais profissionais que acompanham a CPI.

5. Além disso, não considera que alguns depoimentos que, provavalmente em nada contribuirão para a condução dos trabalhos da CPI, poderiam ser dispensados.

6. Há um último agravante. O departamento de taquigrafia leva, em média, 72 horas para concluir o trabalho de transcrições. Com um volume tão grande de depoimentos, a realização desse trabalho se tornaria inviável, tanto pelo corpo técnico, como em pessoa, à medida que o departamento também atua nas comissões temáticas e no plenário. Se ainda assim eles acompanhassem as sessões da CPI, dificilmente entregariam esse material antes do dia 10 de junho, após o término dos trabalhos da comissão.

Preparando a massa


Ao conhecer o cronograma apresentado pelo relator da CPI do Detran, Adilson Troca (PSDB), para que até 30 de maio sejam ouvidos 29 novos depoentes e seja feita uma acareação, o vice-presidente da CPI, Paulo Azeredo (PDT) comentou:

- Quando eu chego no interior e me perguntam sobre o sabor da pizza, eu digo que estamos fazendo tudo para descobrir onde foi parar o dinheiro desviado do Detran e quem foi beneficiado. Mas com este cronograma... estão preparando a massa.

Os deputados que integram a CPI farão amanhã, às 11h, uma reunião extraordinária para definir um cronograma de trabalho viável.

Zé Otávio recebeu doação de indiciado


Saiu nesta manhã no blog Direto da Fonte

"Recebi a informação por um torpedo e resolvi ir atrás: na última campanha, o deputado federal José Otávio Germano (PP) recebeu duas doações do ex-presidente do Detran Carlos Ubiratan dos Santos, indiciado pela Polícia Federal pelo suposto envolvimento em desvios de R$ 40 milhões na autarquia. Um dos repasses, de R$ 7 mil, ocorreu em 19 de setembro de 2006. O outro, de R$ 2 mil, foi em 11 de outubro de 2006.

As informações estão no site do TSE. Na prestação de contas de Germano constam ainda doações generosas de recursos de outros funcionários da Secretaria de Segurança, onde o deputado ocupou a cadeira número um.

Relatório suspeito


Um relatório da PGE foi produzido para acalmar o ex-presidente do Detran, Flávio Vaz Netto. A suspeita é da deputada Stela Farias. Conforme ela, o documento elaborado pela Procuradoria Geral do Estado em função da sindicância aberta para averiguar as irregularidades no Detran omite casos de superfaturamento para as empresas sistemistas na gestão de Vaz Netto como presidente da autarquia e desconsidera a necessidade de apresentação de planilhas de custos.

"Se a PGE apontasse esta situação, haveria provas de improbidade administrativa contra o ex-presidente do Detran e ele perderia sua aposentadoria como procurador do Estado por conta disso”, comenta Stela. Para ela, com medo de perder a aposentadoria, Vaz Netto chegou a ameaçar o secretário Delson Martini. "Ele disse que queria ser recebido por Martini ou voltaria à CPI para contar tudo o que sabia. Agora sabemos o motivo da conversa com o secretário”, argumenta Stela.

Abaixo-assinado



Abaixo-assinado solicitando a prorrogação da CPI do Detran circula na internet. Quem quiser aderir, é só clicar aqui.

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Hora errada


Último a falar durante do depoimento de José Otávio Germano, o deputado Cassiá Carpes (PTB) disse que "acha que chegou à Assembléia na hora errada". Segundo ele, a fraude dos selos, protagonizada pelo ex-diretor da Casa, Ubirajara Macalão, e, agora, a CPI do Detran, desmoralizam e intimidam os parlamentares. "No exercício do mandato, estabelecemos relações com muitas pessoas, mas agora estou com medo até de receber telefonemas de quem não conheço", admitiu o deputado.